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Minas oscila, mas mantém a invencibilidade e impõe nova derrota ao Sesc-RJ

Janaína Faustino

22/12/2018 00h02

Mesmo oscilando em alguns momentos da partida, Minas impôs nova derrota à equipe carioca (Foto: Orlando Bento/MTC)

A nona rodada da Superliga feminina de vôlei proporcionou aos adoradores da modalidade uma partida bastante esperada entre dois dos mais tradicionais clubes brasileiros. Antes mesmo do início, o clássico já estava cercado de expectativas, já que tratava-se do jogo entre o Minas Tênis Clube, atual vice-campeão mundial de clubes e segundo colocado na tabela da competição, e o Sesc-RJ que, apesar de não exibir no momento a mesma força de outras temporadas, continua sendo a equipe que levantou 12 vezes o caneco do mais importante torneio do vôlei nacional. E, em um confronto de muitos altos e baixos na Arena Minas, em Belo Horizonte, o time da casa confirmou o favoritismo e venceu a equipe de Bernardinho por 3 sets a 2 (26-28, 25-11, 25-22, 16-25 e 15-13).

Obviamente, além da vitória, outros fatores estavam em jogo na partida. Com o triunfo, o grupo comandado por Stefano Lavarini manteve a invencibilidade e a vice-liderança, com 7 vitórias em 7 jogos, alcançando 20 pontos na classificação geral. O Sesc, por sua vez, caiu para o sexto lugar, com 16 pontos. Além disso, vale ressaltar que o cotejo marcou o reencontro de Gabi com aquele que foi seu time durante seis temporadas.

O técnico Stefano Lavarini começou a partida com o seu time titular, escalando a levantadora Marcris, as ponteiras Natália e Gabi, as centrais Mayany e Carol Gattaz, oposta Bruna Honório e a líbero Léia. Bernardinho também colocou em quadra as atletas que vêm jogando, com Roberta na armação, Peña e Kosheleva na entrada, Mayhara e Juciely pelo meio, Monique na saída de rede e Gabiru como líbero.

O Minas iniciou bem a partida com um saque que prejudicou a instável recepção carioca. O bloqueio e o sistema defensivo também funcionaram de maneira satisfatória, gerando contra-ataques importantes. Com bom volume de jogo e cometendo menos erros do que o rival, as donas da casa intimidaram as visitantes, que apresentaram dificuldades para colocar as bolas no chão. Contudo, a equipe do técnico Bernardinho demonstrou força e poder de reação ao reverter uma vantagem adversária de 5 pontos. Acertando a marcação sobre a ponteira Natália, que anotou 10 pontos somente neste set, o Sesc equilibrou o confronto na reta final. Deste modo, com uma largada no ataque e um bloqueio em cima da oposta Bruna Honório, a passadora russa Kosheleva fechou a parcial.

Inconstante e completamente desconcentrada, a equipe do Rio jogou um segundo set para ser esquecido. Muito mal em todos os fundamentos, o Sesc permitiu que o Minas logo abrisse 7 a 1. Cedendo mais pontos em falhas às mandantes e mostrando grande insegurança em quadra, as comandadas de Bernardinho voltaram a pecar na recepção e no passe, fazendo a armadora Roberta se deslocar em busca do melhor levantamento. Com todos estes problemas, as visitantes chegaram a estar 11 pontos atrás no marcador. A levantadora Macris, por outro lado, trabalhando com um passe mais eficaz, soube tirar proveito da dificuldade adversária, imprimindo um ritmo acelerado que colocou todas as suas atacantes em ótimas condições de ataque (ao total, as minastenistas somaram 12 pontos de ataque contra apenas 6 das rivais no set). As mineiras também bloquearam e sacaram melhor nesta parcial.

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A ponteira Natália, que vinha com uma atuação bastante consistente no confronto, sentiu o joelho e foi substituída por Alana. Contudo, a jogadora acabou voltando para o jogo. Pelo lado carioca, a central Bia, que não vinha atuando por uma contusão abdominal, entrou na reta final da segunda parcial no lugar de Mayhara, permanecendo em quadra.

Alternando bons e maus momentos, o time carioca retornou mais concentrado para a terceira parcial, não deixando as minastenistas deslancharem no placar. Entretanto, não soube se aproveitar da ligeira instabilidade no passe mineiro, com a reserva Alana, cometendo erros seguidos no fundamento. Além disso, no final da parcial, as mandantes abriram e administraram uma margem criada em função de alguns erros de defesa e de ataque do Sesc. Destaque para a central Carol Gattaz, em ótima forma, e para a oposta Bruna Honório, que se sobressaiu e anotou 19 pontos em todo o cotejo. Com isso, em um erro de ataque da ponteira Peña, a equipe vice-campeã mundial fechou o set.

Na quarta parcial, foi a vez do Minas correr atrás do placar para reverter uma vantagem que chegou a ser de 6 pontos do rival (12-6). Com uma atuação contundente da russa Tatyana Kosheleva, que liderou o time fazendo pontos de ataque e de saque, o Sesc administrou bem a vantagem construída no início do set. Sacando melhor e com um bloqueio mais acertado, as cariocas quebraram o passe mineiro, marcando alguns pontos diretos decorrentes de falhas principalmente da líbero Léia (foram 5 contra apenas 1 do Minas neste set), e ainda anularam as ações ofensivas da equipe rival.

No tie-break, apesar de um começo novamente difícil para o time visitante, o confronto voltou a se equilibrar muito em função da performance da atacante Peña, que saiu do jogo como a maior pontuadora, com 24 acertos. No entanto, o ataque potente da dominicana não foi suficiente para dar a vitória às cariocas. Atrás no marcador, as minastenistas voltaram a impor dificuldades à recepção rival através do saque. Com isso, elas empataram o set e acabaram batendo o Sesc com um ponto da central Mara, que entrou na partida na reta final e bloqueou um ataque de Kosheleva. Mesmo com um desempenho irregular, é importante salientar que a equipe carioca poderia ter vencido o confronto, mas errou em momentos cruciais. Quando conseguir atuar de forma mais constante e menos instável, poderá crescer na competição.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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