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Brasil vence a seleção japonesa, mas acaba eliminado no Campeonato Mundial

Janaína Faustino

11/10/2018 10h29

Apesar da vitória contra a equipe japonesa, Brasil termina eliminado do Mundial (Fotos: Divulgação/FIVB)

O jogo da sobrevivência no Campeonato Mundial. Foi pensando desta maneira que a seleção brasileira feminina de vôlei precisou entrar em quadra na manhã desta quinta-feira (11), para o confronto direto contra o Japão na cidade de Nagoya, pela última rodada da segunda fase no grupo E. Ocupando o quarto lugar na chave, com 18 pontos, depois da sofrida vitória sobre a Holanda, a equipe do técnico José Roberto Guimarães iniciou a partida fora da zona de classificação para a terceira fase, atrás das sérvias, das próprias japonesas e das holandesas. Para avançar, era necessário vencer por 3 sets a 0, igualando os números das rivais nipônicas, inclusive no set everage (divisão do número de sets vencidos pelo número de sets perdidos). Contudo, a seleção voltou a demonstrar as dificuldades que vinha apresentando ao longo do campeonato, e perdeu o primeiro set por 25-23. O resultado eliminou a seleção brasileira da competição. A equipe, no entanto, em uma demonstração de força, conseguiu vencer o duelo por 3 sets a 2, com parciais de 25-23, 25-16, 26-28, 21-25 e 11-15.

É importante mencionar que a seleção brasileira já vinha fazendo uma campanha bastante sofrível neste Campeonato Mundial, avançando aos trancos e barrancos e demonstrando espantosa irregularidade ao longo do torneio. Na primeira fase, conseguiu vencer adversários sem grande relevância internacional e perdeu para a vice-campeã olímpica Sérvia. Já nesta segunda etapa, jogando contra rivais um pouco mais expressivos, foi derrotada pela Alemanha e cedeu um set à inexperiente seleção mexicana.

Abordando efetivamente o jogo, a técnica Kumi Nakada iniciou a partida com Risa Shinnabe na saída de rede, Sarina Koga e Ai Kurogo na entrada, Erika Araki e Mai Okumura no meio, Kanami Tashiro no levantamento e Kotoe Inoue e Mako Kobata se revezando como líberos. Já José Roberto optou por utilizar Tandara, Fernanda Garay e Gabi, Bia e Carol, Roberta e Suellen.

O equilíbrio deu a tônica no início do confronto. O bloqueio brasileiro começou funcionando bem com a central Bia, mas a recepção, por outro lado, voltou a oscilar um pouco em função do saque tático forçado e da variação do ataque rival. Além disso, a equipe verde-amarela cometeu erros de saque, prejudicando a continuidade do jogo. A levantadora Roberta fez uma eficiente distribuição nesta primeira parcial, jogando bastante com as extremidades e as bolas rápidas pelo meio. As dificuldades no passe nipônico favoreceram a virada de bola brasileira, com destaque principalmente para Tandara e Fernanda Garay. Assim, o Brasil chegou a abrir 22 a 17 no placar, mas, como nas demais partidas, não conseguiu sustentar a vantagem, permitindo o crescimento da equipe asiática. Dois aces da central Araki e um erro de ataque da oposta brasileira recolocaram o Japão no jogo, que virou a partida, fechando o set em 25 a 23. Com a vitória na parcial, a equipe nipônica eliminou o Brasil da competição.

Tandara tenta consolar a companheira Gabi após a partida

Sem dúvida, o triunfo por 3 sets a 1 sobre o time misto da já classificada Sérvia, na rodada anterior, foi fundamental para que a seleção asiática ganhasse confiança na competição, buscando confirmar a classificação para a terceira fase contra o Brasil. Perdido emocionalmente e desmotivado em função da eliminação, a equipe verde-amarela caiu bastante em todos os fundamentos, sobretudo no ataque e na recepção no segundo set. A levantadora Roberta foi substituída por Dani Lins quando o Brasil perdia por 18 a 11, mas o time não conseguiu esboçar qualquer reação. A técnica Kumi Nakada aproveitou para fazer mudanças na partida a fim de dar ritmo às suas atletas. Jogando com a tradicional velocidade e muita habilidade, o Japão fechou a segunda parcial em 25 a 16.

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Segunda fase do Campeonato Mundial exigirá mais da seleção brasileira

Na retomada do jogo, o Brasil chegou a abrir 7 a 2 no placar, mas, novamente, permitiu a recuperação das asiáticas, que viraram para 10 a 8. Em uma partida tecnicamente muito ruim, a seleção permaneceu cedendo muitos pontos em erros para o Japão (foram 30 ao total) e cometeu falhas importantes no sistema defensivo. Apesar disso, no final do set, a equipe melhorou com uma boa passagem de Tandara pelo saque. Com a central Thaísa em quadra, as brasileiras equilibraram o confronto e reagiram a partir de um ataque de Fernanda Garay e um bloqueio de Gabi, vencendo a terceira parcial.

Vivendo altos e baixos e imprimindo um ritmo bastante parecido com o final do set anterior, o Brasil manteve a estratégia de não permitir que o time asiático deslanchasse no placar. Mais consistente na defesa e na recepção, a equipe demonstrou força emocional e abriu uma vantagem de 21 a 18 sobre as nipônicas novamente em uma boa passagem de saque de Tandara. Além disso, o bloqueio também funcionou bem (foram 15 ao total), sobretudo com Thaísa, e a equipe empatou a partida em 2 a 2 com um ataque de Gabi na diagonal.

No derradeiro set, o Brasil voltou a apresentar problemas de recepção, mas se recuperou principalmente com as ações ofensivas de Tandara e Fernanda Garay. As japonesas também cometeram alguns erros, propiciando o crescimento do Brasil. A equipe de José Roberto Guimarães fechou o jogo em 15 a 11. Tandara e Fernanda Garay terminaram o duelo como as maiores pontuadoras do Brasil, com 24 e 20 bolas no chão, respectivamente. Pelo lado japonês, Sarina Koga, com 20 pontos e Yuki Ishii, com 17, se sobressaíram.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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