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Ineficiente no bloqueio e na defesa, seleção brasileira perde para a Sérvia

Carolina Canossa

01/10/2018 09h37

O bloqueio foi um dos problemas da seleção brasileira contra a Sérvia (Foto: Divulgação/FIVB)

Por Janaina Faustino

Em partida realizada pelo grupo D, em Hamamatsu, no Japão, a seleção feminina de vôlei passou, na manhã desta segunda-feira (1), pela sua primeira prova de fogo no Campeonato Mundial. Depois de conseguir, com certa tranqüilidade, resultados positivos contra rivais tecnicamente mais fracos, o Brasil enfrentou nesta rodada a atual vice-campeã olímpica Sérvia, do treinador Zoran Terzic, perdendo por 3 sets a 0 (parciais de 25-21, 25-18 e 25-19).

Disputando o Campeonato Mundial pela 5ª vez (esteve presente antes ainda como Iugoslávia e Sérvia e Montenegro), a equipe dos Bálcãs chegou à competição com um plantel bastante respeitável com algumas jogadoras que estão entre as melhores do mundo em suas posições. Entre elas, a oposta Tijana Boskovic, a central Milena Rasic e a ótima levantadora Maja Ognjenovic, grande reforço que retorna ao time após um período de ausência desde a Rio 2016. Além disso, não se pode deixar de citar a ponteira Brankica Mihajlovic, ex-jogadora do Sesc RJ reconhecida pelo seu saque e potencial de ataque.

Para o confronto contra a seleção brasileira, o técnico Terzic escalou a levantadora Ognjenovic, as ponteiras Mihajlovic e Milenkovic, a oposta Boskovic, as centrais Rasic e Veljkovic e a líbero Popovic. José Roberto Guimarães optou por Dani Lins, Fernanda Garay e Gabi, Tandara, Bia e Adenízia, e Suelen como líbero.

A equipe brasileira começou a partida enfrentando muitas dificuldades para conter o poderio de ataque sérvio. Inofensivo no saque, o Brasil não conseguiu quebrar o passe rival, o que propiciou uma distribuição objetiva das jogadas pela levantadora Ognjenovic. Acionando pouco as centrais Rasic e Veljkovic nas bolas de primeiro tempo, a levantadora aproveitou a força física e técnica da oposta Boskovic, que anotou 10 pontos somente nesta primeira parcial, e da ponteira Mihajlovic pelas extremidades. Desta maneira, impuseram um bom ritmo de jogo, mesmo cometendo um número excessivo de erros (foram 10 ao total). Ineficiente no bloqueio e na defesa, o Brasil tinha sérios problemas para manter a bola em jogo. Resultado: fez apenas 8 pontos de ataque, enquanto as adversárias anotaram 20.

No segundo set, apesar de ter buscado imprimir uma estratégia de saque mais forçado, o Brasil novamente não obteve êxito na tarefa de quebrar o sistema de recepção adversário. Bolas fáceis caíram na quadra verde-amarela, minando a confiança do grupo na virada de bola (para se ter uma ideia, até a segunda parcial, Tandara tinha colocado apenas 7 bolas no chão e Fernanda Garay 5) e nos contra-ataques. A levantadora sérvia, ao contrário, tirando proveito do desequilíbrio rival, variou bastante as jogadas, trazendo as centrais para o confronto e, sobretudo, mantendo as atacantes da entrada e da saída em jogo. Assim, a equipe dos Bálcãs construiu a vitória na segunda parcial por 25-18.

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A ótima oposta Tijana Boskovic se destacou no confronto, anotando 24 pontos (Foto: Divulgação/FIVB)

A levantadora Roberta e a central Thaísa substituíram Dani Lins e Adenízia na terceira parcial. Contudo, as falhas táticas e técnicas das brasileiras se sobressaíram ainda mais em função da instabilidade no passe, o que dificultava a construção e execução das ações ofensivas. Sem sucesso com a participação de Roberta no levantamento, o técnico José Roberto retornou com Dani Lins e escalou Rosamaria no lugar de Tandara. Um detalhe que saltou aos olhos no confronto foi a enorme diferença no número de erros das equipes: enquanto o Brasil cometeu apenas 6 erros, as sérvias cederam 21 pontos às brasileiras (a maioria em erros de saque). No entanto, ainda assim, a seleção não conseguiu desenvolver um bom volume de jogo para fazer frente ao poderio rival. Jogando com autoridade e dominando completamente a partida, as europeias deslancharam no placar e chegaram a abrir 22 a 12 nesta parcial. Assim como no ataque, onde a seleção brasileira foi derrotada por 56 a 30, nas defesas o Brasil também perdeu (42 a 14). A oposta Boskovic, em mais uma partida esplêndida, terminou o duelo como a maior pontuadora, com 24 pontos. Pelo lado brasileiro, Tandara foi a maior pontuadora, mas colocou apenas 9 bolas no chão.

Se, por um lado, ainda há margem para crescimento do time brasileiro no torneio e esta derrota certamente não deve afetar a classificação para a próxima fase, por outro, vale ressaltar que quando enfrentou um rival do "primeiro escalão" a equipe verde-amarela sucumbiu, sem conseguir mostrar poder de reação diante de uma equipe de maior nível técnico. Os próximos compromissos da seleção serão contra o Quênia na quarta-feira (3), às 7h20 e o Cazaquistão na quinta-feira (4), no mesmo horário.

O SporTV2 transmitirá os seguintes jogos:

Terça (2)
7h20 – EUA x Coreia do Sul

Quarta (3)
7h20 – Quênia x Brasil

Quinta (4)
7h20 – Brasil x Cazaquistão

 

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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