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Na final, Renan exalta elenco: "A força mental foi muito importante"

Carolina Canossa

29/09/2018 15h39

Renan dá instruções a Douglas Souza durante a semifinal contra a Sérvia (Fotos: Divulgação/FIVB)

Entrevistas concedidas a Euclides Neto, em Turim (Itália)

Ausência de pódio na Liga das Nações, lesões de jogadores importantes e desconfiança da torcida. A vida do técnico Renan Dal Zotto não estava fácil no início do Campeonato Mundial, mas, a despeito de todos os problemas, a seleção brasileira masculina de vôlei cresceu ao longo da competição e se classificou, neste sábado (29), para a quinta final seguida da história do torneio, um recorde.

Questionado sobre os motivos que levaram a equipe a um resultado tão bom no torneio mais importante da temporada, Renan fez questão de exaltar a atitude do elenco convocado. "O grande mérito é o time. Nos momentos mais delicados, não só hoje, conseguimos vencer como grupo. Mesmo quem estava de fora ajudou trazendo uma energia a mais. A força mental do grupo foi muito importante", destacou o técnico.

Um exemplo da fortaleza psicológica brasileira pôde ser visto nesta semifinal, especialmente na linha de passe. Apesar de a Sérvia ser reconhecidamente uma equipe com um serviço potente, o saque rival não prejudicou a fluidez do jogo brasileiro e os levantadores Bruno e William puderam acionar todos os atacantes que tinham à disposição.

"Sabíamos que iríamos tomar pontos de saque, mas o mais importante era não perder a cabeça, que é a coisa mais normal quando você leva um ou dois aces. Então, era deixar pra lá quando acontecesse e ser infalível quando eles aliviassem. Na hora de bomba, foi segurar e evitar erros, algo muito importante em um jogo deste nível", analisou. De acordo com as estatísticas da partida, o time europeu fez cinco pontos de saque contra três dos brasileiros, que cederam 17 pontos em falhas, dois a menos que os adversários.

Lipe: "Tem que respeitar o Brasil"

Um dos responsáveis pelo passe brasileiro, Douglas Souza ressaltou que o sentimento diante da dificuldade apresentada neste sábado era de "foco total". "Nos fechamos e concentramos para colocar a bola para cima, não necessariamente na mão do levantador, sem tomar o ponto direto", comentou o ponteiro, com espantosa naturalidade, como se fosse fácil.

O outro ponteiro, Lipe, ressaltou que a melhora da recepção não foi uma característica da semifinal. "A linha de passe do Brasil tem sido bem competente o campeonato inteiro. Eles arriscaram muito realmente, mas estávamos preparados. Não foi algo específico para esse jogo, a gente já está bem preparado para um nível mundial de saque bem pesado. Foi um trabalho de longo tempo", afirmou.

Lipe também ressaltou a força mental dos jogadores da seleção: "Falam há muito tempo que o Brasil não é mais o Brasil, mas esquecem que somos o único time de esportes coletivos a ter chegado a cinco finais de Mundial e quatro de Olimpíada consecutivas. Nenhuma das outras equipes, com todas as estrelas que têm, conseguiu chegar onde chegamos. Isso é competência nossa. Ganhar ou perder é do esporte, mas sempre chegamos às finais. Então, tem que respeitar o Brasil".

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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