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Brasil vence Bélgica, mas dependência de Tandara volta a preocupar

Carolina Canossa

12/06/2018 16h32

 

Com 11 vitórias em 13 jogos na Liga das Nações, Brasil está classificado para a fase final. (Foto: Divulgação/FIVB)

Por Daniel Rodrigues

No início da tarde desta terça-feira (12), a seleção brasileira feminina poderia ter um de seus compromissos mais tranquilos na Liga das Nações. Em partida válida pela última semana classificatória da competição, o Brasil enfrentou a Bélgica, adversário sem tradição no cenário mundial e que ainda optou por deixar no banco de reservas uma de suas principais referências: a oposto Kaja Grobelna. Diante desta configuração, a vitória que parecia fácil veio somente por 3 sets a 1, com parciais de 25-15, 25-14, 21-25 e 25-23.

Os dois primeiros sets foram acachapantes, com as comandadas de José Roberto Guimarães impondo seu ritmo e pressionando as adversárias do começo ao fim das parciais. Apesar de alguns erros em sequência e bolas bobas no sistema defensivo, as brasileiras contaram com um bloqueio agressivo e bom aproveitamento nos ataques, além da inconstância do time europeu.

Entre os destaques dos sets iniciais, vale ressaltar a ponteira Gabi. Com a lesão de Drussyla, fora do campeonato após quebrar a mão, a jogadora permaneceu em quadra durante as duas parciais quase inteiras (fato inédito nesta edição do torneio), se apresentando com muita qualidade nos ataques e dando estabilidade no fundo de quadra. A central Bia também teve atuação importante, principalmente no segundo set, demonstrando agressividade tanto no ataque como no bloqueio.

A parcial seguinte contou com duas mudanças: Monique no lugar de Tandara e Rosamaria substituindo Gabi. Porém, o sinal de alerta foi aceso, dando dores de cabeça ao técnico brasileiro. Sem a contundência que vinha apresentando, o Brasil passou a errar em momentos decisivos, se atrapalhou com bolas imprecisas da levantadora Roberta e sentiu as oscilações no fundo de quadra, que estava estabilizado enquanto a ponteira Gabi permaneceu em quadra. Pelo lado das belgas, a ponteira Britt Herbots, de apenas 18 anos, "fez a festa" e, junto com suas companheiras, mostrou um crescimento preocupante.

O resultado negativo no terceiro set fez com que Zé Roberto voltasse com a oposto Tandara ao time titular. Apesar da maior efetividade nas viradas de bola, saque mais agressivo e do reforço da marcação em Herbots, as brasileiras ainda demonstraram instabilidade na recepção. Assim, só conseguiram liquidar o duelo no sufoco, perigando disputar um desnecessário tie-break e perdendo pelo menos um ponto na classificação. Ao todo, a Bélgica cedeu 28 pontos, mais de um set, em erros.

Ficam como pontos positivos a atuação enfática das parciais iniciais, a utilização de Rosamaria com maior frequência (regular nos fundamentos ofensivos) e a classificação para a fase final assegurada. No entanto, ainda preocupa, e muito, a dependência excessiva da oposto Tandara, retratada claramente em sua volta na quarta parcial. As oscilações também já estão no momento de diminuírem, pois têm dificultado confrontos que poderiam ser usados como oportunidade para dar maior rodagem às jogadoras do banco de reservas.

O triunfo contra a Bélgica leva a seleção brasileira à 11ª vitória em 13 jogos. O próximo desafio pela quinta rodada da Liga das Nações será já nesta quarta-feira (13), ao meio-dia, contra as habilidosas tailandesas.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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