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Os melhores da Superliga masculina: veja a seleção do Saída de Rede

Carolina Canossa

09/05/2018 06h00

De saída para o Civitanova, Leal aprimorou seu jogo no Sada Cruzeiro e retribuiu com títulos e ótimas atuações (Foto: Guilheme Cirino/Saída de Rede)

Tentativas não faltaram, mas não foi desta vez que alguém conseguiu tirar o Sada Cruzeiro do topo do voleibol brasileiro. Dono da bola no país há cinco temporadas, a equipe mineira não foi tão dominante nesta Superliga como já havia sido em outros anos, mas fez valer a força de sua camisa e conquistou o sexto título de sua história.

O jogo coletivo foi a grande qualidade do Sada, que aproveitou a força de seu bem treinado conjunto para conseguir uma incrível virada sobre o forte EMS Taubaté Funvic na série melhor-de-cinco da semifinal, onde chegou a estar perdendo por 2 a 0. Na decisão, pesou a experiência de tantas decisões acumuladas nos últimos anos para bater o Sesi em dois jogos emocionantes, ambos encerrados no tie-break.

A seleção dos melhores da Superliga masculina feita pelo Saída de Rede mostra como os rivais dificultaram (e valorizaram) mais uma conquista azul: integrantes dos quatro primeiros colocados estão presentes. Curiosamente, metade dos oito nomes escolhidos são estrangeiros, o que demonstra que o equilíbrio entre os times deve continuar na temporada de seleções. Confira os nomes abaixo:

MVP e ponteiro: Yoandy Leal (Sada Cruzeiro)

Não é porque um time preza pelo coletivo que precisa deixar as individualidades de lado. E a grande estrela do Sada Cruzeiro atende pelo nome de Leal. Único jogador que não é meio-de-rede* a figurar entre os cinco atacantes mais eficientes e segundo maior pontuador do torneio, ele também foi peça fundamental para a conquista do hexacampeonato graças ao saque, tendo o segundo maior número de aces. De saída para a Itália depois de seis anos em Belo Horizonte, retribuiu brilhantemente tudo o que o Sada contribuiu para o desenvolvimento de seu jogo. Deixará saudades não só na torcida, mas também em quem gosta de ver um bom jogador por aqui.

*A estatística de melhores atacantes da Superliga merece uma ressalva: por geralmente atacarem somente bolas de jogadas iniciadas com ótimas recepções, o chamado passe A, os meios-de-rede tendem a ter um aproveitamento melhor neste quesito que os atacantes de extremidades, responsáveis por virar bolas oriundas de jogadas mais desordenadas.


Melhor ponteiro 2: Maurício Borges (Sesc RJ)

Alvo de muitos torcedores da seleção brasileira por conta de erros em jogadas relativamente tranquilas, Maurício Borges tem grande prestígio entre os técnicos por conta de sua qualidade em cobrir uma grande área do fundo da quadra para passar, ao mesmo tempo em que mantém a eficiência na virada de bola. De volta à Superliga após dois anos na Turquia, o ponteiro mais uma vez provou o seu valor ao ser uma das espinhas dorsais do terceiro colocado Sesc RJ. Como todo o time, teve uma queda de rendimento na série contra o Sesi válida pela semifinal, mas o saldo da temporada é muito bom.

Melhor oposto: Wallace (EMS Taubaté Funvic)

Destaque da conquista da medalha de ouro na Olimpíada do Rio de Janeiro, Wallace vem conseguindo manter as boas atuações desde então. Não foi diferente nesta temporada: bola de segurança de Taubaté, ocupou o posto de maior pontuador de toda a Superliga, com 467 acertos. Continua sendo, de longe, o melhor atacante brasileiro em atividade na atualidade.


Melhor levantador: Nico Uriarte (Sada Cruzeiro)

Contratado para substituir o ídolo William Arjona, que preferiu defender o Sesi nesta temporada, o argentino precisou lidar com um nível muito alto de exigência logo de cara. Até por isso, demorou um pouco a se adaptar, mas conseguiu encaixar seu jogo justamente quando o time mais precisou, a reta final da competição – como resultado, foi eleito o melhor em quadra nas duas partidas da final. Além da distribuição das jogadas, mandou bem também nas defesas, algumas delas com o pé, e no saque.

Jogo coletivo foi o ponto forte do Sada nesta temporada

Melhores centrais: Simon (Sada Cruzeiro) e Solé (EMS Taubaté Funvic)

Apesar de o excesso de erros de saque terem prejudicado sua performance nos jogos finais da competição, Simon continuou decisivo através do bloqueio e bolas rápidas pelo meio, quase indefensáveis. Foi ele, aliás, que fez o ponto final da Superliga, encerrando um tie-break que já passava do 20º ponto. Solé, por sua vez, mostrou consistência ao longo de todo o torneio, fazendo valer o investimento de Taubaté para contratá-lo junto ao Trentino (Itália).

Melhor líbero: Thales (EMS Taubaté Funvic)

Em uma Superliga de participação discreta dos líberos, Thales foi apontado pelas estatísticas da competição como o dono do melhor passe, algo relevante em um torneio no qual o nível do saque vem subindo ano após ano. Ainda precisa desenvolver mais sua defesa, de forma a ganhar a confiança do técnico Renan Dal Zotto para ser o único líbero do Brasil nos principais torneios da seleção.

Melhor técnico: Rubinho (Sesi)

Em sua primeira temporada solo após um longo trabalho na seleção brasileira como auxiliar do técnico Bernardinho, Rubinho fez o Sesi voltar à final depois de dois anos de ausência, nos quais o time paulistano parecia ter sido superado por rivais como o Taubaté. Estudioso, fez seus comandados crescerem ao longo dos meses, ajudou o jovem Alan a explodir no cenário nacional e só não se consagrou com os títulos da Copa Brasil e da Superliga porque do outro lado da rede estava o poderoso Cruzeiro. Tem tudo para se firmar como um dos principais técnicos do Brasil a médio prazo.

Menções honrosas: 
Thiaguinho (levantador – Sesc RJ), William Arjona (levantador – Sesi), Leandro Vissotto (oposto – Vôlei Renata), Alan (oposto – Sesi), Isac (central – Sada), Flavio (central – Minas),  Lucão (central – Sesi), Maurício Souza (central – Sesc RJ), Dante (ponteiro – Taubaté), Filipe (ponteiro – Sada Cruzeiro) e Marcelo Mendez (técnico – Sada Cruzeiro)
Você concorda com a nossa seleção? Mudaria algo? A caixa de comentários está aberta.

 

**Colaborou Sidronio Henrique

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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