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Sada Cruzeiro espanta zebra e faz história na “Libertadores do vôlei”

Carolina Canossa

03/03/2018 22h54

Apesar da falta de concentração em alguns momentos, Sada não tomou conhecimento do ascendente rival argentino na decisão (Foto: Twitter/Sada Cruzeiro)

Não há espaço para zebras quando falamos de Sada Cruzeiro: favorito absoluto ao título da edição 2018 do Sul-americano de vôlei masculino, o time mineiro conquistou, com enorme superioridade sobre os rivais, mais um título para sua recheada galeria de troféus. Na grande final, realizada na noite deste sábado (3) em Montes Claros (MG), a vitória sobre os argentinos do Lomas foi tranquila, com parciais de 25-19, 25-18 e 25-20.

Apelidado de "Libertadores do vôlei" pela organização e pelos próprios times que disputavam a competição, o Sul-americano em nada lembrou a competitividade e o sofrimento que estamos acostumados a ver no torneio continental de futebol. Aliás, quisera o torcedor celeste ou de qualquer outro clube brasileiro dos gramados ter o mesmo sucesso na disputa contra os países vizinhos: nos últimos sete anos, foram nada menos que cinco títulos do Sada.

O êxito no norte de Minas Gerais fez com que o Cruzeiro cravasse um pouco mais profundamente seu nome na história da modalidade: com cinco taças, o time agora se iguala ao Banespa e ao Paulistano como recordista em títulos sul-americanos. Além disso, os comandados de Marcelo Mendez se credenciaram para, mais uma vez, buscar o quarto título do Mundial de clubes, em disputa programada para o segundo semestre na Polônia.

Criado há apenas cinco anos, o Lomas Voley vem apresentando uma trajetória ascendente no vôlei. Chegar à decisão continental, com direito a uma emocionante vitória sobre os rival local Bolivar, foi um grande feito para a equipe, que conta com jogadores com passagem pela seleção argentina, tais como  Lucas Ocampo e Federico Pereyra. Diante do Sada, porém, a clube parecia formado por juvenis intimidados diante de uma seleção mundial.

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Pereyra, principal opção de ataque do levantador Chirivino, foi a cara deste sentimento. Bem marcado pela estratégia de bloqueio montada pela comissão técnica chefiada por Marcelo Mendez, o oposto de 2 metros foi vítima de vários bloqueios do levantador Nico Uriarte já nos primeiros minutos da partida. Ineficiente, logo acabou dando lugar ao reserva Inhoff, que, apesar de ter melhorado um pouco o nível de jogo na saída, esteve longe de ameaçar os brasileiros.

Para irritação do técnico Marcelo Silva, o Lomas simplesmente não conseguia achar os atacantes cruzeirenses no bloqueio, além de sacar mal, com exceção para os serviços do central brasileiro Carneiro a partir da segunda parcial. E, diante de uma equipe do porte do Sada, falhar nestes dois fundamentos é o mesmo que sonhar em ganhar na Mega Sena sem sequer haver comprado um bilhete. No fim, vitória justa e tranquila do Sada Cruzeiro, que ano após ano mantém a consistência e, consequentemente, a hegemonia continental.

O Brasil ainda conquistou outro lugar no pódio sul-americano: mais cedo, o dono da casa Montes Claros Vôlei bateu o campeão argentino Bolívar na disputa pelo terceiro lugar por 3 sets a 1, parciais de 28-30, 25-23, 25-23 e 25-15.

Confira como ficou a seleção do campeonato:

Ponteiro 1: Leal (Sada Cruzeiro)
Ponteiro 2: Ocampo (Lomas Voley)
Central 1: Isac (Sada Cruzeiro)
Central 2: Carneiro (Lomas Voley)
Levantador: Nico Uriarte (Sada Cruzeiro)
Oposto: Lorena (Montes Claros)
Líbero: Serginho (Sada Cruzeiro)
MVP: Simon (Sada Cruzeiro)

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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