Fim da novela: belga é o novo técnico da Polônia
Foram quatro meses e meio de muita especulação, flertes que incluíram o técnico do Sada Cruzeiro, Marcelo Mendez, discussões acaloradas nas redes sociais, debates na TV, mas finalmente foi anunciado nesta quarta-feira (7), em Varsóvia, o novo técnico da seleção de vôlei masculino da Polônia: o belga Vital Heynen, 48 anos.
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O homem que levou uma ajustada equipe alemã ao bronze no Mundial 2014 tem a missão quase impossível de defender o título que a Polônia conquistou naquele torneio. A tarefa será em setembro, no Mundial cuja organização será dividida entre Itália e Bulgária.
Fardo pesado
Esse é apenas um dos fardos que o histriônico Heynen terá que carregar. O contrato dele vai até o final da Olimpíada de Tóquio, em 2020. Ele deverá classificar a Polônia e, se quiser se manter no cargo pelo qual lutou com um lobby pesado, terá de conseguir uma medalha. Nas últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos os poloneses foram eliminados nas quartas de final. Sonham em repetir o ouro alcançado há mais de 40 anos, em Montreal 1976, quando o voleibol só despertava interesse no leste europeu, no Japão e em Cuba.
Desde que o argentino Raul Lozano cumpriu um ciclo olímpico inteiro, de 2005 a 2008, culminando nos Jogos de Pequim, nenhum profissional ficou mais do que três temporadas no cargo de técnico da seleção polonesa.
O circo armado para a escolha do segundo treinador neste ciclo culminou numa apresentação dos conceitos propostas pelos três finalistas no final desta manhã, na sede da Federação Polonesa de Vôlei (PZPS). Os outros dois candidatos remanescentes eram poloneses: Piotr Gruska e Andrzej Kowal, sem currículos expressivos.
Histórico
Heynen, além do bronze no último mundial com a Alemanha, havia assumido a seleção belga em 2017 e obteve resultados inéditos: sétimo lugar na finada Liga Mundial e um honroso quarto lugar no Europeu. Treina o clube alemão Friedrichshafen, com o qual manterá o contrato, com o aval da PZPS, que até então exigia exclusividade dos técnicos da seleção. Já havia passado pela liga polonesa, no período 2013-2015, no comando do modesto Luczniczka Bydgoszcz.
Agora vem a lua de mel, que deve durar até algum tropeço na Liga das Nações – nome dado ao retrofit que a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) realizou na antiga Liga Mundial.
Decadência
O novo treinador vai se deparar com uma equipe em baixa. Depois da conquista do Campeonato Mundial 2014 na condição de anfitriã, a Polônia decaiu – seu melhor resultado foi o bronze na esvaziada Copa do Mundo 2015. Na Rio 2016, por exemplo, o momento mais marcante foi um bate-boca na rede com os iranianos após uma vitória por 3-2. Despediu-se eliminada pelos Estados Unidos em sets diretos. No ano passado, campanhas melancólicas na Liga Mundial e no Europeu – este disputado em casa, sem que chegasse às quartas de final.
O time tenta conseguir um segundo ponteiro que ajude o capitão Michal Kubiak e o líbero Pawel Zatorski a equilibrar a linha de passe. Também procura um oposto confiável – o inconstante Bartosz Kurek voltou para a entrada e Dawid Konarski jamais se firmou.
Outro problema está no levantamento, sem que Fabian Drzyzga ou Grzegorz Lomacz tenham consistência. A mídia polonesa festeja o novato Lukasz Kozub, campeão mundial nas categorias infanto e juvenil. Com apenas 20 anos, falta rodagem ao garoto, que jamais jogou pela seleção adulta, mas ao menos ganha experiência como titular na liga polonesa pelo razoável MKS Bedzin.
Cobrança
No Mundial 2018, a Polônia caiu no grupo da anfitriã Bulgária, uma seleção que apesar de limitada vem surrando os poloneses seguidamente desde Londres 2012. Ainda na chave, com seis equipes, das quais quatro avançam, está o Irã, time que costuma complicar a vida da Polônia, além de render brigas memoráveis como aquela na Rio 2016. Uma vez que na segunda fase o afunilamento é maior, não será surpresa se os poloneses ficarem por ali, levando em consideração seu histórico recente.
É aguardar para ver se Vital Heynen terá mais competência e sorte do que seu antecessor, o italiano Ferdinando De Giorgi, que chegou ao posto incensado e saiu pela porta dos fundos após apenas nove meses.
A cobrança na Polônia é alta, irreal até para o nível da seleção, que não justifica tamanha expectativa. O francês Stéphane Antiga a levou ao título mundial em 2014, mas caiu dois anos depois, mesmo com a equipe passando por várias mudanças em razão de aposentadorias e lesões. A tolerância da PZPS é baixa. Resta saber se o treinador belga dará conta do recado.
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