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Sem dificuldade nas semifinais, Sada Cruzeiro e Sesi decidem Copa Brasil

João Batista Junior

25/01/2018 23h32

Leal não deu trégua ao sistema defensivo do Sesc (fotos: Ayrton Vignola/Fiesp)

Sada Cruzeiro e Sesi são os finalistas da Copa Brasil masculina 2018. Na noite desta quinta-feira, no ginásio da Vila Leopoldina, em São Paulo, mineiros e paulistanos passaram sem muito problema, respectivamente, por Sesc e EMS Taubaté Funvic, e vão reeditar a final da edição de 2014 do torneio – na ocasião, em Maringá, triunfo cruzeirense em cinco sets – e também a semifinal do ano passado – vitória paulista no set desempate. O time celeste busca o terceiro título na competição, que jamais foi conquistada pela equipe sesista.

A partida será no sábado, às 21h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV.

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Vitória cruzeirense
Quem tem viu o embate de duas semanas atrás entre Sesc e Sada Cruzeiro, jogo tenso, definido apenas no tie break, encontrou um jogo bem diferente em São Paulo.

Numa partida em que as duas equipes pareceram estar um degrau abaixo de suas possibilidades, o Sesc deve ter compreendido que não dá para vencer o Sada Cruzeiro contando que os rivais oscilem em momentos agudos do confronto ou sem jogar em alta rotação todo o tempo.

Enquanto os cariocas, poupando os lesionados João Rafael e Tiago Barth, tinham apenas o oposto Renan com confiança para atacar nas extremidades e Thiaguinho forçava bolas pelo meio mesmo sem o passe ideal, os mineiros podiam dispor da força do oposto Evandro e da habilidade do ponta Leal para resolver a parada.

Metido numa espiral de erros no primeiro set, o Sesc entregava pontos tanto no serviço quanto no ataque. Agradecido, o Sada Cruzeiro ajustou a virada de bola, montou um bloqueio eficiente e fez 1 a 0 na partida com facilidade inesperada e justa.

Maurício Borges investe contra bloqueio do Sada Cruzeiro: missão difícil

Na parcial seguinte, o saque viagem dos cariocas obteve sucesso contra a recepção mineira, e isso trouxe outro ritmo ao duelo. Sem o passe na mão, Uriarte trabalhou com reduzidas opções para o levantamento, o que deixou o ataque do Sada lento e previsível. Então, foi a vez de o sistema defensivo do Sesc entrar em ação, aumentando o volume de jogo da equipe e propiciando contra-ataques, o que igualou o marcador do confronto.

Com Fernando Cachopa de levantador titular do Cruzeiro no terceiro set, o bloqueio e a defesa adversárias demoraram um tanto para encontrar as novas referências do time mineiro no ataque. Nesse panorama, os atuais campeões brasileiros abriram boa margem no placar e só viram o Sesc tentar reagir na reta final da parcial – reação alavancada por uma passagem no saque do central Barreto (substituto de Tiago Barth) e turbinada por uma bola em que Leal reclamou de toque no bloqueio de Maurício Souza, mas foi ignorado pelo árbitro.

O quarto set, o único bem disputado da partida, foi uma etapa em que as equipes compensaram os erros no saque com bons ralis e alternância na dianteira do placar. O Sesc até conseguiu elevar um pouco o nível de seu jogo a partir da defesa. Porém, o Sada Cruzeiro dava a impressão de que sempre teria de onde tirar mais um pouco de voleibol, caso precisasse – ainda mais por ter Leal sacando e atacando com eficiência – e fechou a partida em 3 sets a 1, com parciais de 25-17, 20-25, 25-21, 25-23.

Classificação do Sesi
Depois de o EMS Taubaté Funvic levar a melhor sobre o Sesi na final de três campeonatos paulistas, nas semifinais da Superliga passada e na decisão da última Copa Brasil, foi a vez da revanche do time da capital.

O jogo – como sempre – prometia equilíbrio, com um duelo entre os dois melhores levantadores da Superliga. Porém, uma lesão nas costas tirou Raphael da partida na metade do set de abertura, e isso fez a balança pesar a favor da equipe de William.

Bem na distribuição, William foi um dos destaques da vitória sesista

Sem Raphael em quadra, o sexteto de Taubaté não se encontrou mais na parcial. Enquanto William variava jogadas e dificultava o trabalho do sistema defensivo adversário, Wallace, Dante e Ivovic sofriam com um bloqueio sesista bem montado, e o time da capital chegou rapidamente à vitória no primeiro set.

A segunda parcial era equilibrada, ainda mais porque a defesa interiorana conseguia brecar as investidas dos pontas adversários – Lipe e Douglas Souza – e o oposto Alan não conseguia ser regular nas cortadas. No entanto, o próprio Alan teve uma passagem destruidora no saque na reta final e deixou o Sesi com margem definitivamente ganhadora no set.

A vitória dos anfitriões foi concretizada numa parcial bastante parelha. Taubaté, que mudou o ritmo da partida com a entrada de Lucas Madaloz no lugar de Dante, deve reclamar de um erro da arbitragem – um ace de Wallace na reta final do set foi creditado como bola fora.

Contudo, é preciso ressaltar que os campeões da última Copa Brasil falharam bastante no saque e no ataque em toda a partida e que o Sesi, superior no fundo de quadra, permitiu que William trabalhasse com o passe na mão. Resultado, Sesi 3 a 0, em parciais de 25-22, 25-17, 27-25.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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