Paulo Coco: “O fator emocional não pesou na hora da decisão”
Quatro finais e quatro derrotas. A sorte do Dentil/Praia Clube em decisões de primeira linha no voleibol brasileiro, definitivamente, não tem sido nada boa. Derrotado pelo Rexona-Sesc nos desfechos da Superliga, Copa Brasil e Supercopa, todas em 2016, o time mineiro teve a chance da redenção na última sexta (19). Jogando um voleibol de alto nível, era o favorito para levar a última edição da Copa do Brasil, mas apresentou uma atuação bem abaixo do que esperava e perdeu por incontestáveis 3 a 0 para o Vôlei Nestlé.
Diante deste histórico, fica a pergunta: quanto o fator emocional está pesando para o Praia, um dos maiores investimentos recentes no voleibol brasileiro, engrenar de vez? Para o técnico Paulo Coco, que assumiu o time nesta temporada, a resposta é: zero. Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, ele, que também é auxiliar técnico da seleção brasileira feminina, falou sobre o momento da equipe, apontou as razões para o revés em Santa Catarina e reforçou sua confiança de que o projeto mineiro vai figurar no ponto mais alto do pódio em breve: "Tenho convicção que isso acontecerá".
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Confira abaixo:
Saída de Rede: Você atribui o jogo irregular contra o Fluminense (na Superliga) e a derrota pra Osasco (na Copa Brasil) aos problemas físicos da Nicole Fawcett? Vê dependência do time em relação à oposta americana?
Paulo Coco: A Nicole Fawcett é uma das grandes atletas do voleibol mundial. Jogaria em qualquer equipe, pois tem muitos predicados. Porém, não acredito nesta dependência. No duelo ante o Fluminense, a parada teve um reflexo durante a partida, o adversário estava mais ritmado e teve os méritos no embate que foi bastante parelho.
SdR: O que aconteceu na volta após a pausa de fim de ano para que o time passasse por tantas dificuldades?
Paulo: Penso que essas dificuldades também apareceram no primeiro turno. A perda de ritmo, perda da sequência de jogos que estava muito intensa. O grupo, no entanto, fez uma grande semifinal contra o Minas, com um 3 a 0. Pouco a pouco retomaremos nossa melhor performance com a volta dos confrontos menos espaçados. A pausa é o mérito dos adversários nos causaram algumas dificuldades.
SdR: Considerando o nível de experiência da maioria das jogadoras, você imaginava que o fator emocional poderia pesar tão negativamente na hora da decisão na Copa Brasil?
Paulo: Não concordo. Acredito que o fator emocional não tenha pesado na hora da decisão. Na verdade, foram fatores técnicos. Fizemos uma partida muito ruim, cometemos muitos erros. O adversário, por outro lado, esteve em uma noite iluminada. Foi preciso, jogou um ótimo voleibol. Eles (Osasco) nos pressionaram o duelo todo e tiveram todos os méritos no triunfo. Nós cometemos erros acima da média, principalmente no sistema defensivo que, até então, estava funcionando muito bem. Este, aliás, foi ineficiente durante o jogo. Não vejo o lado emocional neste revés, pois acredito que este não tenha sido o fator preponderante. É importante ressaltar que o projeto Dentil/Praia Clube busca galgar degraus, ganhar títulos e tenho convicção que isso acontecerá. Contudo, é preciso ter essa maturação, jogar decisões. Buscaremos a evolução jogo a jogo e a conquista de títulos para diminuirmos este tipo de consideração.
SdR: Em que a má atuação diante de Osasco pode influenciar a preparação do time daqui para a frente? Como evitar que o resultado negativo na final da Copa Brasil afete a parte mental do time na Superliga?
Paulo: Não há equipe invencível. Nunca considerei a nossa equipe imbatível, a favorita isolada. Fui indagado, antes da semifinal da Copa Brasil, sobre o favoritismo absoluto do nosso plantel nos certames nacionais e eu disse que não. Reitero, mais uma vez, que os grandes favoritos continuam sendo o Rio e o Osasco, afinal, são os maiores vencedores do voleibol brasileiro, com títulos da Superliga e da Copa Brasil. O Minas, o Barueri também são postulantes ao título. A gente está neste grupo de agremiações qualificadas e com chances de título ao término da temporada. Estamos trabalhando para que o duelo no Sul do país tenha sido um ponto fora da curva, que a equipe volte a apresentar o voleibol de alto nível. Retomaremos o nosso melhor nos próximos desafios
*Colaborou Sidrônio Henrique
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