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Kubiak pede paciência e diz que seleção polonesa ainda está se ajustando

Sidrônio Henrique

06/10/2017 06h00

Michal Kubiak: "Falam de 2014, quando fomos campeões mundiais, mas aquela era outra equipe" (foto: FIVB)

Capitão da seleção polonesa, Michal Kubiak, 29 anos, 1,91m, é o líder de uma equipe que tenta se reestruturar em meio a cobranças da torcida e da imprensa em um país que ama o voleibol. "Nosso time é muito novo, ainda está se ajustando, é preciso paciência. Falam de 2014, quando fomos campeões mundiais, mas aquela era outra equipe, não há quase ninguém daquela seleção no time atual", disse o ponteiro, em entrevista ao Saída de Rede. No mais recente torneio, o Europeu 2017, disputado em casa, a Polônia sequer chegou às quartas de final.

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Diante da pressão por títulos, que não vêm desde o Campeonato Mundial, há três anos, Kubiak avisa: "Para jogar em um determinado patamar, nós precisamos de experiência. É claro que a gente espera, num período de tempo não muito longo, atingir o nível para poder competir com as seleções mais fortes, como Brasil ou França, mas isso não vai acontecer de um dia para o outro".

Sobre as provocações: "Às vezes me empolgo, mas não faço por mal"

Dante como referência
Atualmente no clube japonês Panasonic Panthers, Michal Kubiak dividia-se entre o vôlei de praia e o indoor até o juvenil. Convocado para treinar com a seleção adulta desde os 21 anos, foi a partir dos 23, em 2011, que se firmou na equipe. É titular absoluto desde 2015, sendo o principal passador ao lado do líbero Pawel Zatorski. Teve no ponta brasileiro Dante Amaral uma de suas referências. "Procuro ser bom em todos os fundamentos e o Dante era aquele cara que fazia tudo muito bem". O ídolo, aliás, jogou duas temporadas em seu atual clube – Kubiak o substituiu no ano passado.

Visto por parte dos adversários e torcedores estrangeiros como um provocador, ele minimiza. "Às vezes me empolgo, mas não faço por mal e deixo que fique tudo ali na quadra, não guardo rancor", afirmou sorrindo. Não raro mexe com os oponentes. Em dos momentos mais memoráveis, em plena Rio 2016, gritou com os iranianos após o último ponto de uma partida vencida pela Polônia por 3-2, resultando em uma batalha na rede que lembrou a briga entre brasileiras e cubanas em Atlanta 1996. Mais tarde, durante a entrevista coletiva, Kubiak seguiu provocando o levantador iraniano Saied Marouf até que este deixasse a sala irritado. Entre seus alvos em quadra já estiveram o francês Earvin N'gapeth, o russo Alexey Spiridonov e o brasileiro Bruno Rezende.

Um grito de Kubiak foi o estopim para uma briga entre poloneses e iranianos na Rio 2016 (Reprodução/Internet)

Foco
Apesar de viver às turras com a mídia polonesa, o ponteiro diz que as cobranças não o incomodam. "Eu mantenho o foco e te garanto que não sinto a pressão. Tento sempre me abastecer com o que há de melhor ao redor, ver as coisas de uma forma positiva. Como gosto muito de jogar, entrar em quadra é sempre um prazer", comentou o campeão mundial.

As constantes mudanças de técnico na seleção polonesa não o aborrecem. (Nota do SdR: a entrevista foi feita antes da demissão de Ferdinando De Giorgi.) "Eu joguei sob as ordens de vários treinadores na seleção (risos) e sempre dei o meu melhor, não importando quem estivesse no comando. Tenho um compromisso com a equipe. O principal que eu tenho aprendido com cada um desses técnicos, desde 2011, é que os detalhes são importantes, podem decidir um jogo. Foi assim em 2014, por exemplo, e é o que tento passar para os jogadores mais novos como capitão".

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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