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Mais madura, Mari Paraíba volta ao Brasil em busca de título inédito

Carolina Canossa

08/08/2017 06h00

Mari Paraíba vai jogar no Vôlei Nestlé, onde atuou no início da carreira (foto: João Pires/Fotojump)

De volta ao país para defender o Vôlei Nestlé, Mari Paraíba traz para Osasco a bagagem cultural e profissional adquirida em uma temporada no voleibol europeu. A jogadora de 31 anos de idade realizou no Volero Zürich, da Suíça, um de seus desejos no esporte, que era "ter uma experiência fora do Brasil", como explicou em entrevista ao Saída de Rede. "Acho que essa temporada me deixou mais madura como atleta e pessoa."

"Fui para uma equipe muito bem estruturada e um país de primeiro mundo. A vida lá é outra realidade em relação ao que vivemos aqui. Quando você pega o ritmo do país, se adapta muito rápido. Eu gostei muito do país em si, muito bonito. Já as pessoas, achei que são bem frias, tanto na equipe como fora dela. Mas tudo é adaptação e depois de um tempo, você acaba acostumando com tudo", explicou a ponteira, que, por outro lado, admitiu ter sentido "falta da família e do calor humano dos brasileiros".

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No Volero Zürich, Mari Paraíba disputou a Champions League, competição na qual o time caiu nos playoffs de 6 para o VakifBank, que chegaria ao título continental, e também conquistou o título protocolar da frágil liga suíça.

Na legião estrangeira que era o time de Zurique, a ponteira esteve ao lado das levantadoras Fabíola, que veio com ela para o Vôlei Nestlé, e Bojana Zivkovic, titular da seleção sérvia, além da central norte-americana Foluke Akinradewo, da ponta azeri Nataliya Mammadova, da oposta ucraniana Olesia Rykhliuk e da líbero Silvija Popovic – vice-campeã olímpica no Rio, junto com Zivkovic.

Ao lado de Fabíola, Mari Paraíba foi campeã na Suíça pelo Volero Zürich (reprodução/Facebook)

"Realmente joguei ao lado de grandes atletas", elogiou. "Foi muito bom conviver e aprender com cada uma delas. O que eu podia sugar de melhor de cada uma, eu fiz", disse Mari Paraíba.

Retorno a Osasco
Mesmo com passagem por vários clubes do voleibol nacional – o último deles, o Camponesa/Minas, entre 2014 e 2016, logo após um curto período no vôlei de praia –, Mari Paraíba nunca se sagrou campeã da Superliga. No Vôlei Nestlé, a ponteira vai tentar conquistar o título brasileiro justamente no clube onde atuou nas categorias de base.

"Cheguei ao Osasco, que era BCN, em 2001. Tinha 14 anos e, para falar a verdade, na época eu não acompanhava muito o vôlei. Comecei a me aprofundar mais quando cheguei ao juvenil e já subia para o adulto. Quando comecei a subir para o adulto, pude jogar e treinar com grandes atletas que estavam no seu auge, como a Paula Pequeno, Bia, Mari, Valeskinha, entre outras", recordou a jogadora, que também defendeu o time adulto do Osasco entre 2005 e 2007.

Além da conquista da Superliga, outro objetivo que impulsiona a ponteira é voltar à seleção. Campeã do Grand Prix 2016, ela ficou fora dos planos do técnico José Roberto Guimarães nesta temporada. Mesmo afirmando que jogar pelo Brasil novamente não é uma obsessão, ela admite que pretende trabalhar para voltar à equipe nacional.

"Olha, eu deixo tudo nas mãos de Deus! A seleção é um reconhecimento de todo um ano de trabalho, e eu sempre penso primeiro em dar o meu melhor no clube. Se a seleção surgir, ótimo, vou ficar muito feliz. Mas se não der, como foi esse ano, procuro analisar e ver o que posso melhorar pra estar ali. Contudo, como disse, entrego tudo nas mãos de Deus. Se for pra eu estar ali, vai acontecer. Se não for, seguimos em frente", ponderou.

Colaborou João Batista Jr.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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