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Bloqueio e Tandara aliviam pressão sobre a seleção feminina no Grand Prix

Carolina Canossa

20/07/2017 20h28

Grobelna fez um grande primeiro set, mas depois acabou anulada pelas brasileiras (Foto: Divulgação/FIVB)

Ao ver o primeiro set da partida contra a Bélgica, nesta quinta-feira (20), o torcedor da seleção brasileira feminina certamente ficou ainda mais desconfiado do que já estava após as derrotas para Tailândia e Japão no fim de semana: passe ruim e defesa ineficiente fizeram com que as europeias permanecessem quase a parcial inteira à frente. A perda de pontos contra o lanterninha da competição era uma possibilidade real, assim como o risco da não classificação para a fase final do Grand Prix.

Mas…

Dois fatores fizeram a seleção brasileira sobreviver no set e conseguir a virada: a eficiência de Tandara no ataque e boas passagens de Roberta e Amanda no saque. Com o placar favorável, o bloqueio, tão explorado contra as asiáticas, também cresceu e foi fundamental para que o sufoco não se repetisse nas etapas restantes, especialmente depois que acertou o posicionamento de Grobelna. Em números, isso isso é traduzido pelo fato de a oposta belga, responsável por nove pontos de ataque no primeiro set, só ter conseguido outros sete no restante do jogo.

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Renovação da seleção feminina exige paciência do time e da torcida

A boa efetividade no bloqueio tanto com Carol quanto com Adenízia é uma ótima notícia para o time nacional, especialmente quando consideramos que Bia, que já havia se destacado no fundamento neste Grand Prix, sequer entrou em quadra. Destaque-se especialmente o ponto do 16-15 na segunda parcial, quando nada menos que quatro ataques belgas foram parados em uma jogada que só terminou quando Rosamaria ironicamente conseguiu o ponto explorando o bloqueio adversário. Se isso também acontecer contra ataques mais rápidos, o Brasil subirá um novo degrau neste início de ciclo olímpico.

Sobre Tandara: uma partida formidável no quesito "bola de segurança" da seleção. Nos momentos mais difíceis, não havia dúvida de que ela era quem deveria ser acionada. Atacou bem de todas as posições, mas me chamou a atenção sua força nas jogadas de meio-fundo, bastante afinadas com Roberta. Ao todo, foram quase 59% de aproveitamento. Protegida por Natália e Suelen na recepção, Rosamaria colocou um índice ainda melhor (73,5%) nas bolas que recebeu, mas ainda se enrolou quando os saques foram direcionados para ela.

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Como o próprio técnico José Roberto Guimarães e as jogadoras destacaram nas entrevistas pós-jogo, a defesa e a recepção realmente precisam melhorar muito (curioso que, no primeiro jogo contra as belgas neste GP, foi a defesa que se destacou). Só assim a levantadora Roberta poderá acionar mais as centrais, ainda bastante tímidas no ataque. No fim, o 3 a 0 foi extremamente positivo considerando o início do jogo, mas diante de times mais fortes como Holanda e Estados Unidos (adversários restantes nesta rodada), o teste será mais duro.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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