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Perto da semifinal da Liga Mundial, Brasil espera muita agressividade da Rússia

Sidrônio Henrique

06/07/2017 06h00

"Monster block": o paredão russo deve exigir habilidade dos atacantes brasileiros nesta quinta-feira (fotos: FIVB)

Curitiba (PR) – A seleção russa está por um fio na fase decisiva da Liga Mundial 2017. Após perder por 0-3 para o Canadá, sua única chance de avançar às semifinais é bater o Brasil em sets diretos, uma tarefa teoricamente complicada. Já a equipe de Renan Dal Zotto só precisa de um set para seguir adiante no torneio e de dois para garantir o primeiro lugar na chave. Mas o que o time brasileiro espera da Rússia para a partida desta quinta-feira (6), às 15h05? "Muita agressividade no bloqueio e no saque. Ganhando ou perdendo, sempre forçam o serviço. Além disso, o bloqueio é muito alto. Aliás, o jogo da Rússia como um todo é bastante agressivo, eles quase nunca aliviam no ataque. Essa postura deles exige atenção redobrada da nossa linha de passe e da marcação de bloqueio", afirmou Renan ao SdR.

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"Embora seja um time mais lento, até por ser muito alto, eles nunca deixam de ser perigosos e não importa se estão sob pressão ou não", observou o treinador. Ele ressaltou que, apesar de estar renovada, essa equipe russa conseguiu "manter um bom padrão de jogo" e que "cresceu na reta final da fase classificatória". A Rússia não conta com nomes de peso como o oposto Maxim Mikhaylov e o levantador Sergey Grankin, que devem voltar à seleção para o Campeonato Europeu, em agosto, e ainda o central Dmitriy Muserskiy, envolvido em polêmicas com a federação local.

A seleção russa conta com diversos novatos neste começo de ciclo

Sem muito a perder
O assistente técnico Marcelo Fronckowiak destacou o condicionamento físico dos russos e, assim como Renan, enfatizou a agressividade do adversário. "Até o saque flutuante deles costuma ser pesado, rasante", comentou. Ele não vê pressão sobre os oponentes. "Por ser um time jovem, não carrega aquele peso de trazer um grande resultado, que seria exigido se os principais jogadores estivessem presentes. Essa gurizada quer ganhar espaço e não tem muito a perder".

No entanto, o técnico da Rússia, Sergey Shlyapnikov, em entrevista ao Saída de Rede, disse que quer revelar novos nomes visando Tóquio 2020 e que todos os seus jogadores estão sob constante avaliação. "Quem quiser um lugar tem que provar que merece", afirmou o sorridente treinador – um contraste em comparação a seus antecessores, Vladimir Alekno e Sergey Voronkov.

Shlyapnikov lamentou a derrota para o bem estruturado time canadense. "Poderíamos ter vencido os dois primeiros sets, cometemos erros bobos, mas agora é olhar para a frente e estudar o Brasil".

Técnico Shlyapnikov prometeu estudar o time brasileiro meticulosamente

Análise detalhada do Brasil
O técnico russo prometeu "vir com tudo" para a partida diante dos brasileiros. "Minha comissão e eu vamos quebrar a cabeça esta noite (ontem), estudar o Brasil meticulosamente. Já que estamos aqui, vamos lutar. Os brasileiros são os favoritos, têm seu time completo e jogam diante da torcida".

Para este ciclo olímpico, Sergey Shlyapnikov quer, além de revelar novos jogadores, promover mudanças táticas e dar sua cara ao time. "É um processo, toma tempo, exige paciência e constantes ajustes, adaptações. Mas nossa meta é Tóquio 2020 e chegaremos lá como uma equipe forte".

Cautela dos ponteiros brasileiros
Os dois ponteiros titulares do Brasil, Lucarelli e Maurício Borges, tinham o discurso pronto para falar dos russos, com aquela dose de cautela recomendada contra qualquer adversário, mesmo em um cenário favorável.

"A Rússia é um time bem mudado em relação aos últimos anos. É uma equipe jovem, eles apostaram na molecada. Mas são garotos bons, alguns foram campeões mundiais sub23, é um time com potencial muito grande, então você tem que jogar com muita inteligência. A gente sabe que o bloqueio é uma arma muito forte deles e tem que ficar ligado", avaliou Lucarelli.

Borges, melhor passador da Liga Mundial até aqui, demonstrou preocupação com o serviço do adversário desta quinta-feira. "A Rússia tem um saque pesado, difícil de controlar. Temos que segurar bem, pois isso vai facilitar o nosso lado, para conseguirmos jogar contra o bloqueio alto deles".

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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