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Tamanho de estádio de futebol dificulta vida da seleção na estreia na Liga Mundial

João Batista Junior

05/07/2017 06h00

Arena da Baixada é a sede das finais da Liga Mundial 2017 (foto: FIVB)

Curitiba (PR) – Na primeira partida de uma fase decisiva de Liga Mundial disputada num estádio de futebol, os jogadores brasileiros demoraram um pouco a se habituar ao palco do espetáculo. Além do frio (chegou a fazer 12ºC em Curitiba durante o jogo, de acordo com dados do site Climatempo), as dimensões da Arena da Baixada foram um obstáculo que a seleção precisou superar para vencer o Canadá por 3 sets a 1, na terça-feira.

"Venta bastante lá dentro da quadra, mas não chega a atrapalhar. Só as referências, mesmo, já que é muito grande o estádio. Isso atrapalha mais nas bolas mais altas, numa defesa alta, num passe mais alto, num lançamento pro saque", explicou o ponteiro Maurício Borges, autor de nove pontos, sendo oito no ataque.

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Companheiro de Borges na linha de passe do Brasil, o também ponta Lucarelli foi responsável por três dos 15 erros da equipe no saque. No decorrer do jogo, ele abriu mão do viagem para a investir no flutuante. "Particularmente, estou com dificuldade no saque. Não consegui encaixar um pouco com essa questão da altura, da dimensão (do estádio)", admitiu o ponteiro, que terminou o confronto com 12 anotações, uma delas creditada como ace.

"De resto, acho que a galera conseguiu se adaptar bem, (na) recepção, (no) ataque, os levantadores, que costumam sofrer um pouco mais com a dimensão do estádio, estão muito tranquilos", ponderou. "A questão da areninha (montada ao redor) da quadra ajudou muito a gente também, que dá esse clima de ginásio normal de vôlei", disse Lucarelli, segundo maior pontuador do lado brasileiro, atrás apenas de Wallace, com 18 acertos.

Lucarelli marcou 12 pontos na vitória sobre o Canadá (foto: Guilherme Cirino/Saída de Rede)

Irritação
Depois de vencer uma equilibrada parcial de abertura, na qual só no fim foi que conseguiu desgarrar no placar, o Brasil caiu facilmente no segundo set (25-17) e ainda viu o Canada emparelhar no marcador até o segundo tempo técnico da terceira parcial. "A gente sabia que seria um jogo complicado", comentou Lucarelli.

"O Canadá deu trabalho para várias equipes na fase classificatória. É uma escola muito parecida com os EUA, um jogo de muito bloqueio e defesa. Isso é uma coisa que normalmente irrita muito", reconheceu o ponteiro.

Como reflexo dessa "irritação", a seleção brasileira, além de problemas no passe e no contra-ataque, concedeu 26 pontos em erros, 12 só no segundo set. "A gente falhou um pouco na recepção, acabou tomando muitos pontos em bolas fáceis e, consequentemente, eles abriram uma vantagem e não conseguimos mais buscar. Mas depois a gente colocou a linha de passe em ordem e foi embora", avaliou o ponta Lucas Lóh, que entrou em quadra apenas no decorrer dessa parcial.

O Brasil folga nesta quarta-feira, ao passo que Rússia e Canadá se enfrentam às 15h05. A seleção volta à quadra na quinta-feira, no mesmo horário, para encarar os russos. A outra partida desta quarta será entre EUA e Sérvia, a partir das 17h40.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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