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Atual campeão da Liga Mundial, treinador sérvio joga favoritismo para Brasil e França

Sidrônio Henrique

05/07/2017 10h00

Nikola Grbic: "França e Brasil são os times que apresentaram mais consistência" (fotos: FIVB)

Curitiba (PR) – Responsável por levar a Sérvia no ano passado ao seu primeiro título da Liga Mundial, depois de cinco vice-campeonatos na história do torneio, o técnico Nikola Grbic vê as coisas mais difíceis em 2017, além, é claro, de dar a tradicional empurrada no favoritismo para os principais adversários. "França e Brasil são os favoritos ao título aqui em Curitiba, são os times mais coesos, que apresentaram mais consistência na fase preliminar", disse em entrevista exclusiva ao Saída de Rede o treinador, que assumiu o cargo há dois anos e que foi campeão olímpico em Sydney 2000 e bronze em Atlanta 1996 como levantador da antiga Iugoslávia.

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A base é a mesma de 2016, mas Grbic garante que não é falsa modéstia e justifica: "Não tivemos as mesmas condições do ano passado, não pudemos treinar por 20 dias antes da Liga Mundial porque logo depois da temporada de clubes veio o qualificatório para o Campeonato Mundial 2018. Aquela competição mal terminou, aí veio a Liga Mundial". Alertado que essas também foram as condições encaradas por franceses e russos, que enfrentaram o mesmo qualificatório, ele alega que realmente não teve tempo para treinar sua equipe. "Somando a eliminatória para o Mundial e as partidas da Liga, fizemos 14 jogos em 28 dias. Não há quem aguente", completou.

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O técnico ressaltou que teve de dar folga a alguns jogadores, que precisavam se recuperar de lesões. É o caso do oposto Aleksandar Atanasijevic, que depois de jogar a primeira semana da Liga Mundial, disputada na Sérvia, foi curtir férias, retornando para as finais – tem treinado entre os reservas em Curitiba. Entrará como titular nesta quarta-feira (5) contra os Estados Unidos, na estreia da Sérvia nas finais? "Vamos ver", desconversou sorrindo Grbic.

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"Tenho que fazer mágica"
"O complicado numa competição dessas, com tantos deslocamentos, sem muita preparação, é não poder fazer grandes ajustes. Você já sabe de antemão que terá de focar na preparação para cada partida e na manutenção da concentração. É quase impossível fazer avanços técnicos com um tempo tão limitado. Nessas duas semanas entre a fase preliminar e as finais da Liga Mundial, você incorpora gente nova e tem que reduzir a carga de quem vinha jogando o tempo todo. Eu me sinto como Harry Houdini, tenho que fazer mágica", reclamou o treinador, que antes do título de 2016 conduziu sua equipe ao vice-campeonato da Liga Mundial 2015, cujas finais foram disputadas no Rio de Janeiro.

Apesar dos problemas que listou, Nikola Grbic afirmou que está satisfeito por ter conseguido implantar, ao longo das duas últimas temporadas, seu conceito de jogo na seleção sérvia. "Taticamente falando, eu gosto da nossa postura, há muito pouco a ser mudado. Infelizmente a parte física não está como queríamos por causa do calendário".

Ainda frustrado com a não classificação para a Rio 2016, ele ressaltou que terá mais cuidado em relação a Tóquio 2020. "Os erros que cometemos na preparação para o pré-olímpico europeu não serão repetidos. Vamos fazer tudo para estar na próxima Olimpíada e ganhar uma medalha", enfatizou.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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