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Frio nas finais da Liga Mundial incomoda e técnico sérvio brinca: “Patinação no gelo”

João Batista Junior

03/07/2017 14h30

Grbic se preocupa com o frio: medo de lesões (foto: FIVB)

Curitiba (PR) – O frio vai acompanhar (e incomodar) as seis seleções que disputam, nesta semana, na Arena da Baixada, as finais da Liga Mundial 2017. Na primeira vez em que o torneio será decidido num estádio de futebol, a previsão para Curitiba, de acordo com o site Climatempo, é de temperatura mínima de 9ºC e máxima de 20ºC.

No domingo, dia dos primeiros treinos na Arena da Baixada, o técnico Nikola Grbic, da Sérvia, teceu as críticas mais veementes. Ele chegou à quadra fazendo piada, dizendo a seu colega norte-americano, John Speraw, que iria praticar "patinação no gelo".

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"Acho que não deveríamos jogar este torneio no inverno, está muito frio. É muito arriscado para os jogadores, que podem se lesionar, pegar uma gripe, ter febre", advertiu Grbic, em entrevista ao Saída de Rede. "Adaptar este estádio para o torneio é legal, mas está muito frio. Nós jogamos na Sérvia (em Belgrado) numa arena não tão grande, mas muito similar, para 24 mil pessoas. É bom, não tem problema. O tamanho (da Arena da Baixada) não é problema, o frio é um problema", insistiu o sérvio.

O detalhe é que nos lugares onde o inverno costuma ser rigoroso, como no país do campeão olímpico de Sydney 2000, o frio nos ginásios é combatido com aquecedores, o que não vai ocorrer em Curitiba.

No primeiro treino na Arena da Baixada, Bruno não dispensou a roupa térmica (foto: Valterci Santos/MPIX/CBV)

Roupa térmica
"O frio é um inimigo, mas estamos tentando lidar bem com ele", garantiu Bruno, levantador e capitão da seleção brasileira, logo após o treino de reconhecimento da quadra, nesse domingo. "Até falamos em usar as roupas térmicas por baixo (do uniforme), porque sabemos que, possivelmente, esta semana, vai estar bastante frio", afirmou.

Também de acordo com o site de previsão meteorológica, o dia com a menor temperatura máxima deve ser a terça-feira, quando o Brasil estreia diante do Canadá – variação prevista entre 9ºC e 13ºC. No sábado, 9, dia da final, a temperatura deve subir um pouco e variar entre 11ºC e 20ºC.

"Se atrapalhar, não atrapalha só a nós, mas a todos os times. Tem gente que gosta de jogar no frio, agora, eu, particularmente, não gosto nem um pouco", admitiu o oposto Wallace. "Você demora pra aquecer… mas isso vai ter que ser o de menos nos jogos", lembrou o atacante.

Clark e Speraw: treino com moletom para combater o frio (João Batista Jr./Saída de Rede)

"Igual para todo mundo"
Nem mesmo o teto fechado da Arena da Baixada foi capaz de espantar o frio do domingo. Os norte-americanos, assim como sérvios e brasileiros, também treinaram na quadra montada dentro do estádio e demonstraram incômodo com a temperatura.

Mesmo sem querer dar o braço a torcer, afirmando que já enfrentou "condições assim antes", o técnico da seleção dos EUA John Speraw não parava de esfregar as mãos para espantar o frio, no treino de sua equipe.

"Quando eu era mais novo, à frente da UCLA (Universidade de Los Angeles), joguei uma vez assim na Coreia do Sul e enfrentei essas condições. Está frio, mas está igual para todo mundo", disse o treinador norte-americano ao SdR, embora ele, assim como o oposto Carson Clark, não tenha dispensado o moletom durante a atividade.

Já o líbero Dustin Watten, que teve uma passagem pelo então Moda Maringá, na temporada 2013/2014, disse que em Maringá "não faz tanto frio" e que nunca enfrentou essas condições nos EUA, mas, sim, em países europeus lembrados por rigorosos invernos, como Rússia, Finlândia e Polônia – onde atualmente defende o Czarni Radom.

Por outro lado, o técnico da seleção brasileira Renan Dal Zotto se mostrou otimista. Ele acredita que a temperatura não vai afetar o resultado da competição e brincou, afirmando que, por causa do calor do público nas arquibancadas, o clima "vai estar quente" dentro da área de jogo.

"Vai estar igual para as duas seleções que estiverem em quadra. Nada pode ser surpresa pra gente. Assim como a gente veio pra cá (para o treino do domingo) sabendo que haveria toda uma movimentação de obras (na montagem da quadra), sabemos que o frio existe e pode acontecer. Tem que fazer um bom aquecimento. Isso não pode ser, de maneira nenhuma, motivo de preocupação: tem que entrar e fazer bem feito", frisou o treinador.

O Brasil está no grupo J e, nessa fase, além do Canadá, na terça-feira, e enfrenta a Rússia na quinta. As partidas são às 15h05. O grupo K tem França, EUA e Sérvia. As semifinais serão disputadas na sexta-feira e a final, no sábado.

Colaborou Sidrônio Henrique

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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