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Qual é a situação de Sheilla, Mari, Jaqueline e Paula no mercado?

Sidrônio Henrique

29/05/2017 06h00

Paula, Sheilla e Jaqueline, bicampeãs olímpicas. Mari, ouro em Pequim 2008 (fotos: FIVB)

Elas estiveram presentes em grandes momentos do voleibol brasileiro, têm lugar cativo na memória do torcedor e ainda animam uma legião de fãs, que constantemente perguntam ao Saída de Rede onde as quatro irão jogar na temporada 2017/2018. A oposta Sheilla Castro, 33 anos, a ponta/oposta Marianne Steinbrecher, 33, e as ponteiras Jaqueline Carvalho, 33, e Paula Pequeno, 35, estão à disposição no mercado e a gente conta para você, sem revelar valores, qual é a situação de cada uma.

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Sheilla Castro
Bicampeã olímpica, Sheilla Castro não jogou na temporada de clubes recém-encerrada. Após a eliminação do Brasil pela China nas quartas de final da Rio 2016, ela deu adeus à seleção e anunciou que tiraria um ano sabático. Nos dois períodos anteriores, havia jogado pelo time turco VakifBank. Foi titular no primeiro ano, mas no segundo ficou como reserva da holandesa Lonneke Sloetjes – às vezes sequer era escalada como suplente pelo técnico Giovanni Guidetti.

Um dos maiores empecilhos à contratação de Sheilla no Brasil é o alto valor pedido pela atleta, fora do alcance mesmo dos clubes de maior orçamento. O Vôlei Nestlé já tem duas opostas, Paula Borgo e Lorenne. O Dentil/Praia Clube busca uma estrangeira para a posição e, de qualquer forma, já conta com o máximo de duas atletas ranqueadas pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) com o teto da pontuação (sete pontos), a central Fabiana Claudino e a ponta Fernanda Garay – Sheilla e outras oito jogadoras estão no topo do ranking. O Sesc RJ (antigo Rexona-Sesc) já renovou com a oposta Monique e não tem espaço para a veterana. O Camponesa/Minas, desde o fim da temporada, tinha a americana Destinee Hooker como prioridade e renovou com ela. O Hinode/Barueri aguarda um co-patrocinador e foca numa estrangeira para a posição – o técnico José Roberto Guimarães tem à disposição uma relação com quatro nomes, todas com custo inferior ao de Sheilla, sendo uma europeia a primeira da lista.

Segundo uma fonte consultada pelo SdR, ainda que fosse reduzido pela metade, o valor pedido por Sheilla Castro "seria considerado irreal". A mesma fonte comentou que, embora a prioridade dela seja permanecer no país, os mercados italiano e asiático não foram descartados.

Jaqueline entrou em quadra no returno da Superliga 2016/2017 e ajudou o Minas (foto: Orlando Bento/MTC)

Jaqueline Carvalho
Outra do grupo das bicampeãs olímpicas e das ranqueadas com sete pontos pela CBV, a ponta Jaqueline Carvalho não tem pressa. Embora seja considerada uma das principais ponteiras-passadoras do mundo por técnicos do quilate de Bernardinho, Zé Roberto e do americano Karch Kiraly, seu custo comprometeria a maioria dos orçamentos no Brasil e ela não tem interesse em voltar a jogar no exterior agora.

Na temporada passada, a exemplo do período 2014/2015, pegou o bonde andando, mas mesmo assim ajudou o Camponesa/Minas a chegar às semifinais da Superliga. Entre uma e outra, na edição 2015/2016, teve um desempenho abaixo do usual no Sesi. Em entrevista ao Saída de Rede, publicada em fevereiro, ela avisou que não pretende parar e que, inclusive, segue à disposição da seleção. Além de enfatizar que quer acompanhar o dia a dia do filho – Arthur completou 3 anos em dezembro –, Jaqueline dá apoio ao marido, o bicampeão mundial Murilo Endres, que permanece no Sesi, agora como líbero. Ele foi pego no teste antidoping no início deste mês. A contraprova do exame de Murilo confirmou o resultado positivo para furosemida, um diurético que consta na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

Paula Pequeno
MVP de Pequim 2008 e presente na campanha de Londres 2012, a ponteira Paula Pequeno jogou as últimas quatro temporadas no Brasília Vôlei. A veterana despertou a atenção do Bauru, mas assim como o seu atual clube, o time paulista tem limitações orçamentárias. O Bauru perdeu a Genter como patrocinador master e busca outro parceiro – o anterior segue apoiando, mas agora apenas com uma cota. Na capital federal, a equipe de PP4 renovou com o Banco de Brasília (BRB), mas ainda aguarda a confirmação da permanência do co-patrocinador, a Terracap.

Tanto no interior paulista como no Planalto Central, Paula teria ainda a opção de trazer, caso consiga, um patrocinador e jogar pela equipe. Bauru terá certamente um time mais competitivo, mas ela é de Brasília, está bem instalada na cidade e isso também pode pesar. Parar não está nos planos da atacante, que foi peça importante para seu clube na última edição da Superliga. Em janeiro, ela disse ao SdR: "Enquanto meu físico aguentar e eu amar o voleibol do jeito que amo, vou estar aqui dentro".

Mari durante aquecimento numa partida da Superliga 2016/2017 (foto: Neide Carlos/Vôlei Bauru)

Marianne Steinbrecher
Titular na campanha do ouro olímpico em 2008, Marianne Steinbrecher também não pensa em parar. "Eu acho que fisicamente, apesar dos contratempos, ainda tô super tranquila pra jogar", disse ao Saída de Rede, numa entrevista veiculada em março. Mari, que não renovou com Bauru, tem outras questões que dependem de ajustes com seu futuro clube. "Eu tenho que ver minha mãe, que agora é uma senhora paraplégica que mora sozinha, eu tenho todo um esquema um pouco diferente", explicou na época ao blog. A mãe dela vive em Rolândia, no interior do Paraná, cidade onde a paulistana Mari foi criada. Quando a equipe do interior paulista a contratou, o técnico Marcos Kwiek deu seu aval para que ela se ausentasse quando fosse preciso. A ponta/oposta foi reserva de Bruna Honório na Superliga 2016/2017. Seu destino na próxima temporada permanece indefinido.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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