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Pressionado, Bernardinho mostra sua força novamente e semi vai ao 5º jogo

Carolina Canossa

12/04/2017 06h00

Assim como aconteceu com Roberta no ano passado, entrada de Drussyla foi fundamental para sobrevivência do Rexona (Foto: Divulgação/CBV)

O roteiro parecia aquele visto na Rio 2016: surpreendido por duas derrotas em casa, Bernardinho coloca em quadra sua equipe diante de um adversário fortíssimo para uma partida de vida ou morte. E, tal qual aconteceu com a seleção brasileira na Olimpíada, o Rexona-Sesc saiu da Arena Minas vivo, após uma vitória consistente por 3 sets a 1. Desta vez, as parciais foram de 25-12, 25-18, 27-29 e 25-23.

Para alegria dos fãs de vôlei, a série melhor de cinco que decide o segundo finalista da edição 2016/2017 da Superliga feminina de vôlei vai ao quinto jogo. Mesmo com altos e baixos ao longo de todo o confronto, Rexona e Camponesa/Minas estão fazendo um duelo de bom nível técnico, com emoções à vontade para os torcedores de ambos os lados. Na sexta (14), às 19h30 na Jeunesse Arena (antiga Arena da Barra, no Rio), veremos quem será o sobrevivente desta batalha.

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Pressionado pelas duas derrotas sofridas em casa na série, Bernardinho chegou a Belo Horizonte com duas estratégias. A primeira foi apostar em Drussyla, 20 anos, para o lugar da holandesa Anne Buijs no time titular. A segunda foi jogar com extrema agressividade desde o início do jogo, algo que acuou o Minas e levou o placar do primeiro set a impressionantes 13-01. Assustado, o time da casa errava demais e virou presa fácil do ótimo sistema defensivo rival. A etapa inicial foi perdida em um piscar de olhos.

Ainda que não de maneira tão aguda, o segundo set foi um replay da parcial anterior. O Rexona era claramente superior e, com um saque que obrigava a recepção adversária a mandar bolas muito altas para a levantadora rival (primeiro Naiane e depois Karine), chegou à vitória sem ser ameaçado. Parecia que o 3 a 0 viria com tranquilidade, como no primeiro jogo da série. Peças-chave nas boas atuações do Minas nesta temporada, as centrais Carol Gattaz e Mara só faziam número em quadra.

Termômetro do Minas, centrais demoraram a entrar no jogo 4 (Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube)

O time de Paulo Coco só foi entrar de vez no jogo a partir do terceiro set. O nível do saque do Rexona caiu e Karine pôde começar a usar suas centrais, especialmente Gattaz. Hooker, por sua vez, iniciou um belíssimo duelo com Gabi para ver quem dava a cortada mais bonita – as duas eventualmente foram auxiliadas por Jaqueline e Drussyla. A boa atuação das atacantes fez com que tivéssemos nesta terça o menor número de bloqueios por set em toda a série. O erro de Gabi no lance decisivo foi um daqueles pecados que só o vôlei proporciona, pois, se havia alguém que não merecia aquela falha, era ela.

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Vislumbrando a final novamente no radar, o Minas entrou com tudo no quarto set. Mais confiante, Rosamaria se consolidou como outra opção de ataque e o tie-break se tornou uma possibilidade real. Só que, ao contrário das partidas 2 e 3, o Rexona desta vez contava com uma definidora, Gabi, que contou com a boa atuação da jovem Drussyla para ter liberdade no ataque e levar o time à vitória. A ponteira, aliás, não só se destacou no ataque como fez defesas importantes ao longo do confronto.

A entrada de Drussyla lembra o ocorrido na semifinal do ano passado: quando o Vôlei Nestlé era melhor na série, Bernardinho não hesitou em tirar a experiente americana Courtney Thompson para colocar Roberta como levantadora. A alteração surtiu efeito, ela não saiu mais do time e o Rexona sagrou-se campeão da Superliga. Será que a história se repetirá ou o Minas mostrará a força de seu elenco mais uma vez? Na sexta à noite, saberemos a resposta.

Enquanto o jogo 5 não chega, deixe sua opinião na caixa de comentários: quem vai à final: Rexona ou Camponesa/Minas?

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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