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Com show de Naiane, Minas iguala série contra Rexona

João Batista Junior

05/04/2017 06h00

Minas comemora: playoff contra Rexona está empatado (fotos: Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV)

Se o jogo em Belo Horizonte deu a entender que o Rexona-Sesc não teria muito trabalho para chegar a mais uma decisão de Superliga, a segunda partida da série semifinal, disputada no Rio, trouxe à luz o melhor voleibol do Camponesa/Minas.

Com uma atuação consistente, as minastenistas venceram por 3 sets a 1, na noite da terça-feira, com parciais de 25-22, 25-21, 21-25, 25-19, e determinaram que a disputa entre as duas equipes precisará de pelo menos quatro partidas para se definir.

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O nome do Minas e do jogo foi Naiane. Mal na primeira partida, a levantadora tem oscilado em todo o campeonato e, nos mata-matas, vinha sendo substituída por Karine com certa frequência. Dessa vez, no entanto, ela encontrou a dose certa para equilibrar o ataque de seu sexteto.

Bem na distribuição de jogadas, Naiane foi a melhor em quadra

Com o passe na mão a maior parte do tempo, Naiane tratou de não sobrecarregar a oposta Destinee Hooker. Se, nos playoffs a norte-americana, atacava mais de 40% das bolas do time, desta vez ela só precisou efetuar 33% das cortadas do Minas. O meio de rede, com Mara e Carol Gattaz, foi bastante (e bem) utilizado pela armadora, que contou também com uma atuação segura da ponteira Rosamaria.

O resultado da boa distribuição da levantadora é que as minastenistas venceram o duelo contra o sistema defensivo contrário e obtiveram 57 pontos no ataque – 16 a mais do que as anfitriãs.

A isso, somem-se a pressão exercida pelo saque mineiro sobre a linha de passe adversária e a tranquilidade da equipe para superar dois momentos adversos: a derrota no terceiro set, depois de começar bem a parcial, e a saída de Jaqueline, que deixou a quadra no quarto set com uma lesão na região lombar.

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Bem marcada na partida, Gabi investe contra bloqueio duplo do Minas

Pelo lado do Rio, que conheceu a segunda derrota nesta Superliga, a primeira em seu reduto, fez muita falta não ter uma definidora de jogadas por excelência – como o Minas tem em Hooker, por exemplo. Num dia em que o passe quebrou, faltou uma atacante de força para consertar a situação, alguém com potência e alcance suficientes para vencer um bloqueio bem montado.

Gabi faz um bom campeonato e tem sido o destaque da equipe nos playoffs, mas a ponteira foi bastante castigada pelas bloqueadoras adversárias. A oposta Monique, maior anotadora do Rexona na competição, também não foi a bola de segurança de Roberta na partida. A melhor atacante de que dispôs a levantadora anfitriã foi a central Juciely, mas a bola de meio sem um bom passe vira exceção – e assim foi de fato.

VITÓRIA DO OSASCO
Num duelo tecnicamente fraco, em que os ralis se caracterizavam mais por erros do que por defesas, o Vôlei Nestlé venceu o Dentil/Praia Clube pela terceira vez na temporada, a primeira em Uberlândia.

As anfitriãs terão razão se reclamarem de dois ou três erros visíveis da arbitragem, mas nenhum deles coloca em xeque a vitória das visitantes: as osasquenses se aproveitaram da persistente instabilidade das adversárias e impuseram um placar de 3 sets a 0 (25-19, 25-22, 25-22).

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Tandara foi a bola de segurança do Osasco contra o Praia (Célio Messias/Inovafoto/CBV)

O time paulista não precisou ser brilhante para chegar à segunda vitória na série. Aliada à boa presença do bloqueio de sua equipe, que marcou dez pontos – cinco da meio de rede Bia –, a pragmática estratégia de Dani Lins deu resultado.

Depois de ficar fora do primeiro jogo por conta de problemas particulares, a levantadora voltou ao time e não hesitou em acionar Tandara: no total, a ponteira efetuou 46 cortadas e fez 20 pontos nesse quesito. A título de comparação, a oposta Bjelica efetuou 26 ataques e obteve dez pontos no fundamento.

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O Praia, com problemas no passe e na virada de bola, chegou a colocar Carla no lugar de Ramirez, pela saída, e tentou três formações distintas na entrada de rede – primeiro com Alix Klineman e Michelle, depois com Ellen no lugar da norte-americana e finalmente com Alix de volta à quadra no lugar de Michelle.

As mudanças tiveram efeito positivo em alguns momentos pontuais do segundo e terceiro sets, mas o time esbarrou na dificuldade para armar contra-ataques.

Assim, mesmo sobrecarregando Tandara, o sexteto de Osasco obteve 44 a 32 em anotações de ataque – uma larga vantagem. Ou: juntas, Tandara e Bjelica marcaram apenas dois pontos a menos em cortadas do que toda a soma do time praiano.

A terceira rodada das semifinais será disputada na sexta-feira. Vôlei Nestlé e Dentil/Praia Clube se enfrentam em Osasco, a partir das 19h. Já Rexona-Sesc e Camponesa/Minas, no Rio, entram em ação às 21h30.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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