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Desinteresse dos líderes dá a tônica da reta final da Superliga

João Batista Junior

11/03/2017 06h00

Rexona: vitória sobre Praia, mesmo com desfalques (fotos: Alexandre Arruda/Rexona-Sesc)

As últimas semanas da fase classificatória da Superliga foram das mais insossas. A ideia de evitar duelos entre os grandes nas primeiras rodadas e concentrá-los nas últimas teve um efeito diferente do esperado: depois de uma temporada que começou em marcha lenta, com os favoritos tendo pouco trabalho contra os médios e pequenos (o blog chegou a falar sobre isso – relembre), a reta final da competição pouco acrescentou à briga por vagas nos playoffs e teve o agravante de o primeiro colocado de cada naipe já estar disparado na ponta.

Resultado: tanto o Sada Cruzeiro quanto o Rexona-Sesc chegaram às vésperas das quartas de final preocupados em poupar titulares e vendo sem interesse uma disputa cada vez mais esvaziada pelas posições do G8.

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Se o Cruzeiro descansou dois titulares para bater o Sesi, sábado passado, e perdeu para a Funvic/Taubaté, na última quarta-feira, com um time quase todo reserva, o Rexona tirou Monique de combate e pôs Drussyla no lugar de Gabi para enfrentar o Dentil/Praia Clube, na noite da sexta-feira, no Rio. E, ainda assim, pela 23ª vez em 23 tentativas, o time de Uberlândia saiu de quadra batido pelas cariocas.

PREJUÍZO DO PRAIA
Para o sexteto comandado pelo técnico Bernardinho, a vitória por 3 sets a 2 (15-25, 25-21, 22-25, 25-22, 16-14) não alterou nada na programação. O time já sabia que ia terminar a fase classificatória em primeiro e, como se desenhava há algumas semanas, vai mesmo pegar o Pinheiros, vice-campeão paulista, na série melhor de três da próxima fase.

(A diferença do time do Rio para a concorrência? Enquanto as cariocas perderam apenas cinco dos pontos possíveis no campeonato, seus perseguidores mais próximos – Praia e Vôlei Nestlé – perderam cinco jogos.)

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Para as vice-campeãs do ano passado, no entanto, a derrota pode ter sido bem cara. Se vencesse, o Dentil/Praia Clube ia garantir o segundo lugar e, por conseguinte, vantagem nos playoffs – só dependeria do fator casa para chegar à final da Superliga. Isso ainda é possível, mas só se o time do Osasco não vencer o Genter Vôlei Bauru, fora de casa, na tarde deste sábado.

MVP do jogo, Buijs investe contra bloqueio praiano

Além do preço que a tabela de classificação ainda pode cobrar, Fabiana também deixou o torcedor do Praia preocupado. A meio de rede se lesionou durante o tie break e deixou a quadra chorando – de acordo com o SporTV, ela sentiu um estiramento na planta do pé.

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Outra preocupação pelo lado praiano – esta, recorrente – é que ficou claro que o lado emocional bloqueou a equipe mais uma vez. O time levou vantagem em todos os fundamentos de pontuação, teve a oposta Ramirez sendo a maior anotadora da partida, com 26 acertos, encontrou um rival desfalcado das duas maiores pontuadoras, mas cometeu erros em momentos importantes (como numa bola de xeque que Alix Klineman mandou para fora, quando as visitantes venciam o quinto set por 11 a 9) e permitiu que o Rexona, num dia em que o resultado pouco lhe importava, pegasse carona na boa atuação de Anne Buijs (eleita a melhor em quadra) e mantivesse o tabu.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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