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Sada Cruzeiro supera desfalques para manter invencibilidade na Superliga

João Batista Junior

05/03/2017 06h00

O Sada Cruzeiro chegou a 20 jogos invicto nesta Superliga (fotos: Renato Araújo/Sada Cruzeiro)

Em qualquer circunstância, é difícil derrotar o Sada Cruzeiro. Na noite do sábado, em Contagem, o Sesi descobriu que essa prerrogativa se aplica também aos casos em que a equipe celeste resolva poupar titulares.

Com o primeiro lugar na fase classificatória já assegurado, o tricampeão mundial e tetracampeão da Superliga nem inscreveu o levantador William e o ponteiro Leal para a partida. Não são desfalques quaisquer: um foi campeão olímpico há seis meses e o outro é o melhor atacante em atividade no Brasil. E, mesmo assim, o time da casa aplicou um 3 a 0 (25-23, 26-24, 25-19) no único rival que o havia vencido nesta temporada (nas semifinais da Copa Brasil), na equipe que estava mais próxima na tabela. Estava!

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O jogo que fechou a nona rodada do returno da Superliga masculina manteve a invencibilidade cruzeirense no campeonato e, por outro lado, tirou o sexteto da Vila Leopoldina da vice-liderança: por causa da vitória da Funvic/Taubaté por 3 a 1 sobre o Brasil Kirin, também no sábado, em Campinas, o time comandado pelo técnico Marcos Pacheco chega à penúltima rodada do nacional em terceiro lugar, dois pontos atrás dos tricampeões paulistas.

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O JOGO
Numa partida em que o árbitro apontou (sem ser contestado) três infrações de dois toques do levantador Bruno, o Sesi até começou sacando bem e ficou rapidamente em vantagem no marcador. Até metade do primeiro set, parecia que o time paulista ia conquistar uma vitória sem muita luta, mas o panorama mudou rápida e drasticamente.

Com nítido desentrosamento entre o levantador Fernando Cachopa e os centrais Simón e Isac, a equipe da casa se apoiou na relação bloqueio e defesa (uma marca registrada do time) para equilibrar as ações e irritar os atacantes rivais, que raramente conseguiam rodar de primeira. Com efeito, o aproveitamento sesista nas cortadas foi de 40%, percentual baixo para o vôlei masculino de alto nível.

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Entendendo que jogar com o meio de rede não seria regra, mas exceção, Cachopa encontrou em Evandro um desafogo para o ataque. O oposto cruzeirense anotou 13 pontos nesse fundamento (aproveitamento de 54,1%) e fez por merecer o troféu VivaVôlei que ganhou: no cômputo geral, ele marcou 14 pontos, o mesmo número que os pontas cruzeirenses Rodriguinho (8) e Filipe (6) obtiveram juntos na partida.

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Do lado do Sesi, além da noite apagada dos atacantes das pontas (o oposto Théo aproveitou apenas oito das 25 bolas que recebeu, enquanto o ponta Douglas Souza só anotou sete pontos), chamou a atenção também a jornada ruim de Bruno, que não conseguiu driblar a marcação dos bloqueadores rivais, bem como a profusão de erros do sexteto visitante: foram 30, perfazendo uma média de dez por set – muito, para quem luta pelo título e tinha pela frente um oponente com desfalques tão relevantes.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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