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Sem forçar, Sada Cruzeiro sobra e chega ao tetracampeonato sul-americano

Sidrônio Henrique

25/02/2017 19h20

Time mineiro se impôs por meio do saque, bloqueio e defesa (fotos: Ana Flávia Goulart/Sada Cruzeiro)

Logo que o Campeonato Sul-Americano Masculino de Clubes começou, o colega João Batista Junior, aqui do Saída de Rede, lembrava: ganhar o torneio é quase obrigação dos brasileiros. Mesmo sem colocar muita pressão sobre os adversários ao longo da competição, o Sada Cruzeiro, tricampeão mundial e tetra na Superliga, fez o esperado, conquistou seu quarto título continental e carimbou o passaporte para a disputa do Mundial 2017, em dezembro, na Polônia. Na final, disputada na tarde deste sábado (25), em Montes Claros (MG), a equipe mineira superou o argentino Bolívar por 3-0 (26-24, 25-23, 25-23). As parciais apertadas podem levar a crer num confronto equilibrado, mas o time de Leal, Simon e William Arjona foi nitidamente superior.

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A verdade é que o multicampeão Sada Cruzeiro sobrou, ganhou como e quando quis. Sem jogar na rotação máxima, a equipe brasileira sequer parecia estar numa final. Quando desacelerava, o adversário encostava. No entanto, em várias passagens, o saque dos pontas Leal e Rodriguinho e do central Isac levava os argentinos de volta à realidade. Aliás, foi um ace do ponteiro Filipe que encerrou a partida. O Cruzeiro se impôs por meio da relação entre saque, bloqueio e defesa. Venceu a competição sem perder nenhum set.

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O Bolívar, vencedor do torneio em 2010, seis vezes campeão nacional e que fechou a fase de classificação da liga argentina na liderança, tentou complicar a vida do time comandado por Marcelo Mendez variando o saque. Curto, longo, forçado, entre os passadores, na paralela… O serviço argentino incomodou a linha de passe cruzeirense e consequentemente dificultou o trabalho do levantador William em diversos momentos do jogo, mas a superioridade técnica do Sada colocou as coisas nos eixos.

Vindo de uma inesperada batalha em cinco sets diante do anfitrião Montes Claros na semifinal, o Bolívar teve no oposto Thomas Edgar, que foi a Londres 2012, Mundial 2014 e Copa do Mundo 2015 com a seleção da Austrália, sua principal arma. O líbero Alexis González foi outro com atuação destacada. O time, que tem o ponta brasileiro Piá, conta com jogadores com participação em Jogos Olímpicos, como o levantador Demian González, o central Pablo Crer e o líbero Alexis González. O central Max Gauna e o ponta Lucas Ocampo também já atuaram pela seleção argentina. O veterano ponteiro búlgaro Todor Aleksiev foi a Pequim 2008 e Londres 2012 (nesta última a seleção do seu país terminou em quarto lugar), além de participar dos Mundiais 2010 e 2014.

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Leal e Edgar foram os maiores pontuadores da decisão, com 15 pontos cada um. Rodriguinho marcou 11 pontos. Leal, ponta cubano naturalizado brasileiro, foi escolhido o melhor jogador da competição, que teve a participação de sete equipes.

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Na disputa do bronze, o argentino UPCN superou os donos da casa por 3-0 (25-22, 25-19, 25-23). A nota negativa do dia ficou por conta do baixo público no ginásio Tancredo Neves, que tem capacidade para 5 mil pessoas, mas recebeu apenas 1,4 mil para a final, com ingresso a R$ 40 num sábado de Carnaval.

Foi o 26º título brasileiro em 31 edições do Sul-Americano de Clubes. As outras cinco conquistas ficaram com os argentinos.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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