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Favorito, Sada Cruzeiro passeia na semifinal e vê rival se desgastar

João Batista Junior

25/02/2017 00h48

Sada Cruzeiro vai tentar, no sábado, o quarto título sul-americano (foto: Léo Fontes/O Tempo)

Se, por questões técnicas, o Sada Cruzeiro já era favorito ao título sul-americano, depois da sexta-feira, pelas semifinais do torneio, essa condição se impõe também na questão física. Enquanto o time celeste cumpriu seu dever, batendo a UPCN/San Juan, da Argentina, por 3 sets a 0 (25-21, 25-19, 25-23), logo no começo da noite, o Bolivar, também argentino, precisou suar a camisa para evitar um vexame diante do Montes Claros e vencer por 3 a 2 (28-26, 25-21, 23-25, 24-26, 15-10).

A partida entre Sada Cruzeiro, que busca o quarto título, e Bolívar, que quer o segundo troféu continental, será disputada neste sábado, a partir das 17h30 (horário de Brasília) e terá transmissão do SporTV. Um atrativo a mais é que as duas equipes lideram a competição nacional de seus respectivos países.

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SADA CRUZEIRO VS. UPCN
Nem William, levantador do Cruzeiro, nem Brajkovic, da UPCN, se deram bem com as bolas rápidas na partida que abriu as semifinais do Sul-Americano. A diferença é que, enquanto o armador argentino só podia socorrer-se com o oposto búlgaro Nikolay Uchikov, o brasileiro tinha Evandro e, principalmente, Leal para trabalhar o ataque com bolas altas. Com efeito, os atacantes cruzeirenses anotaram 46 pontos contra 34 dos adversários.

A UPCN conseguia equilibrar a partida sempre que seu saque diminuía a velocidade do ataque mineiro. Ou, como no segundo set, quando o Cruzeiro pareceu mais interessado em ganhar nas provocações do que na bola. No mais, a técnica dos atuais campeões mundiais prevaleceu.

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O bloqueio do Cruzeiro não obteve mais pontos do que do adversário (6 a 5), mas foi fundamental na reta final da segunda etapa – especificamente, numa rede com Leal, Simón e Alan (oposto que entrou na inversão), a partir da qual o time deslanchou no placar.

A vitória veio num set em que o time comandado por Marcelo Mendez abriu boa margem, mas permitiu uma reação adversária. Foi decisivo, naquele instante, o banco de reservas: o central Éder Levi entrou no jogo e atrapalhou a vida do líbero Garrocq com seu saque.

Líder na Argentina, o Bolivar sofreu para bater Montes Claros, quinto na Superliga (reprodução: Facebook/Bolivar Voley)

MONTES CLAROS VS. BOLIVAR
Contra o favorito Bolivar, que conta com a qualidade e a força do oposto australiano Thomas Edgar, o Montes Claros precisava, a qualquer custo, dificultar o passe do adversário e o trabalho do levantador Demián González (vice-campeão brasileiro na temporada passada com o Brasil Kirin e reserva da seleção argentina nas Olimpíadas do Rio).

Só que, além de Edgar, o líder da liga argentina tem nomes como o ponta Aleksiev, quarto colocado em Londres com a seleção búlgara, e os centrais Pablo Crer e Max Gauna, ambos com experiência na seleção argentina, sendo, pois, uma equipe com reserva técnica para sair de situações complicadas. Ao menos, teoricamente.

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Quando a bola subiu, González dispôs do atacante australiano pela saída de rede e dos pontas Aleksiev e Piá (brasileiro), sem dar muita chance ao bloqueio e à defesa do Montes Claros – foram 16 pontos do ataque do Bolivar na primeira parcial contra apenas 12 dos brasileiros.

A linha de passe do time anfitrião não viveu uma boa jornada e também não melhorou com a entrada do ponta Alê no lugar de Bob Dvoranen. O que deu vida ao Pequi Atômico foram as falhas cometidas pelo adversário, especialmente no terceiro e no quarto sets: em duas parciais decididas além do 25º ponto, os argentinos concederam muito mais pontos em erros do que os brasileiros (11 a 6 no terceiro set, 10 a 6 no quarto).

No quinto set, no auge do esgotamento físico dos dois times, o técnico Marcelinho Ramos manteve em quadra o sexteto que vencera a parcial anterior, com o levantador Índio e o oposto Wanderson, que haviam entrado no lugar de Murilo Radke e Luan Weber numa inversão. O Bolivar, apesar dos reveses nas parciais anteriores, fez uma leitura melhor da partida, percebeu que o ideal era esperar o erro do adversário ou acreditar num ponto de bloqueio em vez de apostar na virada de bola ou rifar o saque. E foi isso o que deu certo.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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