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Sesi e Brasília: opostos na tabela e na grade de programação

João Batista Junior

26/11/2016 06h00

Sesi e Brasília: TV na proporção inversa à classificação (fotos: CBV e Brasília Vôlei)

Sesi e Brasília: TV na proporção inversa à classificação (fotos: CBV e Brasília Vôlei)

Quem olha a tábua de classificação da Superliga feminina de Vôlei (faltando ainda Fluminense vs. Vôlei Nestlé, neste sábado, para encerrar a sexta rodada) não tem dúvida sobre as pretensões e possibilidades do Sesi e do Terracap/BRB/Brasília na competição. As paulistas venceram apenas três sets e, sem nenhum ponto ganho, amargam a décima primeira e penúltima posição na tabela, o que leva a crer que deverão ficar contentes se não caírem para a Superliga B. Enquanto isso, o time do Planalto Central, que até venceu a equipe de Osasco esta semana, está no terceiro lugar e pode sonhar com uma campanha melhor do que a dos últimos anos, quando parou nas quartas de final.

Porém, o número de partidas das duas equipes exibidas na TV (aberta ou fechada), até este momento, não reflete a contabilidade dos pontos na tabela.

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Apesar da queda brusca de investimento do Sesi no vôlei feminino para esta temporada e do previsível papel de coadjuvante na Superliga, o clube, até esta rodada, empata com o 11 vezes campeão Rexona-Sesc na liderança do número de jogos transmitidos ao vivo pela TV, com quatro partidas cada um. Na outra ponta desse ranking aparecem o Camponesa/Minas e o Terracap/BRB/Brasília, com apenas uma partida transmitida até o momento.

Curioso é que, dos seis compromissos das brasilienses, o que passou na TV foi justamente a única derrota até aqui da campanha – contra o Rio do Sul, em Santa Catarina, na terceira rodada. Pouco? Pois, para falar a verdade, nem mesmo esse duelo seria transmitido: o SporTV só encaixou o jogo em sua grade de programação porque a partida foi antecipada em um dia para não colidir com o Brasil vs. Argentina no futebol.

Até o fim do turno, no entanto, a situação muda de figura: se, por um lado, não há previsão de que o Sesi tenha qualquer jogo transmitido nas próximas cinco rodadas, por outro, Brasília deverá ter dois confrontos exibidos na TV – contra o Praia Clube, na próxima quarta-feira, e diante do Genter Bauru, dia 15/12, ambos fora de casa.

O "sumiço" do Sesi da telinha em dezembro também deverá ocorrer a outras equipes do meio da tabela para baixo: Renata Valinhos/Country, que teve seus três primeiros jogos exibidos ao vivo na TV, Rio do Sul, São Cristóvão Saúde/São Caetano e até o vice-campeão paulista Pinheiros não deverão ter mais partidas transmitidas este ano, e o Fluminense, que entra em quadra hoje com transmissão da RedeTV!, não deve voltar às grades de programação até o ano que vem – salvo, é claro, se houver alguma mudança em relação ao que consta no site da CBV.

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Buijs: dez pontos contra o Sesi e VivaVõlei de presente para Roberta (Alexandre Loureiro/CBV)

Buijs: dez pontos contra o Sesi e VivaVõlei de presente para Roberta (Alexandre Loureiro/CBV)

No Rio
O duelo entre Rexona-Sesc e Sesi, no Rio de Janeiro, passou longe de lembrar que os dois clubes, há dois anos, decidiram o título da Superliga – pelo menos, pelo lado paulista. O time da casa venceu por 3 sets a 0, com parciais de 25-21, 25-17, 25-12.

De carona nas cortadas da oposta Lorenne, que fez 14 pontos e foi a maior anotadora da partida, o Sesi conseguiu emplacar uma boa reação na metade final do primeiro set e equilibrar as ações no início do segundo. O sistema defensivo da jovem equipe da Vila Leopoldina forçava as cariocas a sempre atacarem uma bola a mais e, com isso, o Rexona-Sesc demorou para mostrar a diferença existente entre um time que só venceu e outro que é vice-lanterna.

Pela falta de consistência no jogo sesista já a partir do passe, o time do Rio se impôs e passeou no terceiro set. A central Juciely, com 13 pontos, foi a maior pontuadora carioca no ataque – nove anotações – e no bloqueio – quatro.

Digno de registro é que a holandesa Anne Buijs marcou dez pontos, não entrou em quadra no último set, quando foi substituída por Drussyla, e ganhou a votação pela internet como melhor jogadora da partida. A atacante, no entanto, preferiu deixar o troféu VivaVôlei para a estante da levantadora Roberta e entregou a premiação à companheira.

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Amanda enfrenta o bloqueio do Minas: 15 pontos no jogo (Ignácio Costa/Minas Tênis Clube)

Amanda enfrenta o bloqueio do Minas: 15 pontos no jogo (Ignácio Costa/Minas Tênis Clube)

Em Minas
Com 15 pontos da ponteira Amanda, todos no ataque (53% de aproveitamento), o Terracap/BRB/Brasília saiu de quadra, em Belo Horizonte, diante do Camponesa/Minas, com o sexto 3 a 0 em seis jogos na Superliga, o quinto a seu favor – parciais de 25-23, 25-20, 28-26. Além de Amanda, destaque também para a ponteira Paula Pequeno e a meio de rede Vivian, ambas com 14 acertos.

Pelo Minas, que aguarda o momento de poder contar com Jaqueline e Destinee Hooker em quadra, Rosamaria, pela entrada de rede, marcou 14 pontos. Mara, central que tem atuado na saída de rede, deixou a quadra no segundo set marcando apenas três pontos.

Outros resultados
Mais duas partidas movimentaram a Superliga feminina na sexta-feira. No interior paulista, o Renata Valinhos/Country perdeu por 3 a 0 para o Pinheiros (25-18, 25-16, 25-12) e segue na lanterna da competição, atrás do Sesi por ter vencido um set a menos. O Pinheiros, que chegou à segunda vitória, pode até terminar a rodada no G8, desde que o Fluminense perca para o Vôlei Nestlé por 3-0 ou 3-1 (neste último caso, a classificação seria ditada pelos pontos average).

E em Uberlândia, o Dentil/Praia Clube aplicou um 3 a 0 no Rio do Sul (25-21, 25-21, 25-17) e continua esperando por um deslize do Rexona-Sesc para encabeçar a classificação.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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