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Sada Cruzeiro toma susto, mas vai à quarta final de Mundial em cinco anos

Sidrônio Henrique

22/10/2016 20h46

A equipe mineira Sada Cruzeiro tenta chegar neste domingo ao tricampeonato mundial (fotos: FIVB)

O Sada Cruzeiro tomou um susto, mas venceu e segue rumo ao tricampeonato. Depois de um primeiro set abaixo da crítica, a equipe mineira, bicampeã mundial, virou o jogo para cima do Bolívar, da Argentina, por 3-1 (21-25, 25-15, 25-15, 25-19), na semifinal do Mundial masculino de Clubes, disputado em Betim (MG). Será a quarta final do Sada Cruzeiro em cinco anos, sempre sob a batuta do treinador argentino Marcelo Mendez.

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Neste domingo (23), a partir das 16h15, o time brasileiro enfrenta o atual bicampeão europeu, o russo Zenit Kazan, numa reedição da final do ano passado. Mais cedo, a constelação comandada pelo técnico Vladimir Alekno triturou o italiano Trentino em sets diretos (25-18, 25-23, 25-18) – confronto que foi uma repetição da última final da Liga dos Campeões da Europa.

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Na primeira parcial o Sada Cruzeiro esteve irreconhecível, especialmente no ataque – o ponta Leal marcou apenas um ponto e o oposto Evandro, nenhum. O Bolívar sacava bem, dificultando o passe brasileiro e, consequentemente, a armação do levantador William. A partir do segundo set o que se viu foi outro jogo. Destaque para o central cubano Simon, que foi o maior pontuador, com 16. Se Evandro não foi tão bem no ataque (7/22), Leal definitivamente entrou no jogo (10/19), embora tenha ficado abaixo do habitual. William melhorou, mas não estava em um dos seus melhores dias. O saque do Cruzeiro começou a entrar, limitando as ações do campeão argentino. A equipe mineira passou a neutralizar a principal arma ofensiva do adversário, o oposto australiano Thomas Edgar – após marcar seis vezes no ataque no primeiro set, ele somou apenas outros quatro pontos no fundamento nas parciais seguintes (marcou ainda três de saque nos quatro sets).

Simon foi o maior pontuador da partida, marcou 16 vezes

"O importante agora é descansar. O cansaço acumulado ao longo da semana começa a pesar e precisamos estar bem para a final amanhã", disse William, lembrando que o Sada Cruzeiro jogou um set a mais do que o Zenit na semifinal, além de ter jogado mais tarde, opção do próprio clube, como coorganizador do evento, ao lado do Minas Tênis Clube e da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

O líbero Serginho comentou o desempenho do oposto australiano Edgar. "No vôlei de alto nível ganha quem joga melhor a maior parte do tempo. O Edgar fez um primeiro set muito bom, mas depois caiu. Não adianta você fazer um set nota oito e depois cair para um quatro no restante do jogo. O ideal é ficar entre nove e seis, digamos", observou o veterano.

O técnico Marcelo Mendez destacou o saque da equipe a partir do segundo set, o que de acordo com ele foi fundamental para garantir a vitória sobre o Bolívar.

Zenit Kazan vs. Trentino
O clube russo entrou em quadra como favorito diante do italiano Trentino e não decepcionou, com ampla superioridade no ataque, no saque e no bloqueio. Uma simples comparação entre os atacantes de bolas altas dos dois times dá uma ideia da diferença. Pelo Zenit, o cubano naturalizado polonês Wilfredo León, o americano Matt Anderson e o russo Maxim Mikhaylov. Do outro lado, o italiano Filippo Lanza, o esloveno Tine Urnaut e o tcheco Jan Stokr. Com mais facilidade até do que o esperado, enfrentando resistência apenas no segundo set, o Zenit Kazan está mais uma vez na final do Mundial de clubes. No ano passado, no mesmo cenário, perdeu para o Sada Cruzeiro por 3-1. Este ano, na primeira fase, vitória dos brasileiros também em quatro sets, com atuação destacada de Leal.

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"Foi muito bom ganhar em três sets, pois assim podemos nos recuperar melhor para a final. Mas preciso sacar melhor, não posso esperar que o time vença se eu continuar sacando do jeito que estou", afirmou o ponta/oposto americano Matt Anderson.

O levantador do Trentino, Simone Giannelli, admitiu a superioridade do adversário. "Eles são muito fortes e nós cometemos muitos erros. A diferença hoje foi o saque e o ataque. Eles sacam muito, muito forte. Porém ainda temos outra partida, queremos conquistar a terceira colocação", comentou Giannelli.

Às 14h deste domingo, Trentino e Bolívar se enfrentam na disputa da medalha de bronze. O Trentino é a equipe que mais venceu o torneio, acumulando quatro títulos de forma consecutiva, de 2009 a 2012, além de ter um bronze, conquistado em 2013. O Bolívar tenta sua primeira medalha no Mundial – o arquirrival UPCN, eliminado na primeira fase, tem dois bronzes, obtidos nas duas últimas edições. O Bolívar já foi quarto colocado em 2010.

Colaborou Carolina Canossa, que está em Betim a convite da FIVB

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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