Topo

Saída de Rede

Casalmaggiore vai mal e Rexona-Sesc ganha força para “decisão”

João Batista Junior

18/10/2016 18h17

Carol (15) foi a principal bloqueadora da rodada de abertura do Mundial (fotos: FIVB)

Carol (15) foi a principal bloqueadora da rodada de abertura do Mundial (fotos: FIVB)

A primeira rodada do Campeonato Mundial feminino de Clubes, nesta terça-feira, em Manila (Filipinas), mostrou que o Rexona-Sesc, se chegou bastante desacreditado para a competição, pode de fato sonhar com um lugar nas semifinais. Não se trata de dizer que a equipe carioca jogou um voleibol irretocável diante do PSL F2 Logistics Manila, mas de perceber que o Pomì Casalmaggiore, adversário das brasileiras na quarta-feira (às 9h30, pelo horário de Brasília), não está tão acima das sul-americanas como o título europeu fazia supor.

Mundial masculino: o Sada Cruzeiro vai manter o vôlei brasileiro no topo?

O Rexona-Sesc venceu o time da casa por 3 sets a 0, com parciais de 25-15, 25-13, 25-20, diante de um público de 3 mil espectadores. Depois de dois sets tranquilos para as visitantes, o PSL abriu 14 a 7 na terceira parcial, mas o susto se desfez rapidamente e logo o placar marcava 15 a 15. A partir daí, as cariocas marcharam para o 3 a 0.

O destaque da partida (e um dos destaques de toda a rodada) foi a central Carol, que obteve nada menos do que dez pontos no bloqueio! No total, ela marcou 13 pontos e empatou com a ponta Anne Buijs como maior anotadora da equipe na partida – a ponteira Stephanie Niemer, do PSL, também assinalou 13 pontos.

Curta a página do Saída de Rede no Facebook

Ressalte-se que, nesse jogo de estreia, os números mostram que as ponteiras Buijs e Gabi dividiram as obrigações no passe – enquanto a brasileira recepcionou 19 saques adversários, a holandesa, 15. Além disso, ambas foram mais acionadas no ataque por Roberta do que a oposta Monique (Gabi recebeu 24 levantamentos, Buijs atacou 17 vezes e Monique, 16).

Boskovic comandou a vitória do Eczacibasi sobre o Casalmaggiore

Boskovic comandou a vitória do Eczacibasi sobre o Casalmaggiore

É claro que não seria apenas uma vitória contra o time filipino que daria ao Rexona motivo para crer na classificação à próxima fase. A razão se deve também ao outro jogo do grupo A na rodada. Porque, se o Eczacibasi VitrA justificou, no duelo europeu, seu favoritismo ao título, o Pomì Casalmaggiore mostrou que ainda está longe do bom voleibol neste início de temporada.

Semana passada, o campeão europeu sofreu para vencer na estreia da superliga italiana o Club Italia, uma equipe formada por jogadoras com idade para jogar na base. Já nesta terça, o time foi abalroado pelo Eczacibasi VitrA. Registre-se: foi atropelado por um timaço, mas que ainda busca entrosamento.

Para fazer 3 a 0 (25-17 25-18, 25-15), a equipe turca nem teve de dispor de todo o poderio ofensivo que possui: a meio de rede Thaisa marcou nove pontos, a ponteira Kosheleva, oito, as norte-americanas Rachael Adams e Jordan Larson, sete. O time só precisou, mesmo, do brilho da oposta Tijana Boskovic, que assinalou 18 pontos.

Por amor ao vôlei, Érika Coimbra aceita desafio em projeto de Zé Roberto

No Casalmaggiore, a maior pontuadora foi a oposta croata Samanta Fabris, com apenas sete pontos (mesmo número obtido por Boskovic na soma de seus pontos de bloqueio e de saque na partida). O time foi superado pelas rivais em todos os fundamentos de pontuação, sendo gritante a diferença no bloqueio (12 a 3).

As japonesas não conseguiram parar o VakifBank

As japonesas não conseguiram parar o VakifBank

Grupo B
Na outra chave, dois confrontos entre Europa e Ásia, duas vitórias das europeias e um show da MVP dos Jogos Olímpicos.

Com 28 pontos, sendo nove só em bloqueios, a recém-contratada ponteira Ting Zhu comandou a vitória do VakifBank sobre o Hisamitsu Springs Kobe por 3 a 1 (25-15, 25-15, 29-31, 25-18). Vacilo no terceiro set à parte, quando desperdiçou match points e permitiu que o jogo se prolongasse por mais um set, a partida mostrou que o Vakif de Zhu pode ser bem diferente do que foi na temporada passada.

Tendo a norte-americana Kimberly Hill e a chinesa Zhu na entrada de rede, a oposta Lonneke Slöetjes foi consideravelmente menos acionada por Naz Aydemir: enquanto cada uma das passadoras recebeu 41 levantamentos, a holandesa recebeu 29. A título de comparação, na semifinal e na final da Liga dos Campeões, em abril deste ano, a jogadora da saída de rede foi quem mais bolas recebeu para atacar pelo VakifBank.

Rykhliuk em ação contra o Bangkok Glass

Rykhliuk em ação contra o Bangkok Glass

No outro jogo da rodada, o Volero Zürich, das brasileiras Fabíola (levantadora) e Mari Paraíba (ponteira) venceu o Bangkok Glass por 3 sets a 0 (25-21, 25-19, 25-23), com 20 pontos anotados para a oposta ucraniana Olesia Rykhliuk.

Fabíola atuou como titular da equipe e Mari Paraíba, com passagens no segundo e terceiro sets, anotou dois pontos.

Duas partidas movimentam a quarta-feira do Mundial feminino de Clubes. Veja a programação, com horário de Brasília:

6h30 – grupo B – Volero Zürich x Hisamitsu Springs Kobe (transmissão pelo canal da FIVB no YouTube)
9h30 – grupo A – Rexona-Sesc x Pomì Casalmaggiore (transmissão pelo SporTV)

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

Blog Saída de Rede