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Bernardinho: "Ganhar esse Mundial não é factível para nós"

Carolina Canossa

05/10/2016 06h00

Com foco na Superliga, Rexona usará tática

Com foco na Superliga, Rexona usará tática "kamikaze" no Mundial (Fotos: Marcio Rodrigues/MPIX)

Mal acabou a Olimpíada e Bernardinho já tem outro enorme desafio pela frente: o Mundial de clubes. Entre os dias 18 e 23 de outubro, nas Filipinas, o treinador vai comandar o Rexona-Sesc na tentativa de um título inédito para o time que dirige desde 1997, quando o projeto ainda era sediado no Paraná.

Mas repetir a medalha de ouro da Rio 2016 será difícil. Quem diz isso é o próprio treinador, ciente de que enfrentará adversários de grande poder econômico, caso dos turcos Eczacibasi e Vakifbank. "Vai ser uma pedreira, um grande desafio. Temos que ter em mente que ganhar esse Mundial não é factível para nós", comentou o treinador, que já traçou um plano para a competição. "Quem sabe chegamos entre os quatro, sabendo que mesmo isso será difícil. Adotaremos uma tática suicida e, se der certo, podemos estourar no colo de alguém, tipo kamikaze", afirmou.

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Bernardinho definiu os rivais da Turquia como "verdadeiras seleções". De fato, é isso mesmo: o Eczacibasi, por exemplo, conta com a brasileira Thaísa, a russa Tatiana Kosheleva, as americanas Rachael Adams e Jordan Larson, além das sérvias Maja Ognjenovic e Tijana Boskovic, todas titulares durante a Olimpíada. Já o Vakifbank trouxe para esta temporada a ponteira chinesa Ting Zhu, MVP da Olimpíada 2016 e da Copa do Mundo 2015, além de ter mantido a holandesa Lonneke Sloetjes, a sérvia Milena Rasic e a americana Kimberly Hill.

Bernardinho aposta no jogo coletivo para ganhar o 12º título da Superliga

Bernardinho aposta no jogo coletivo para ganhar o 12º título da Superliga

No papel, ao menos, fica difícil competir: apesar de contar com Fabi, uma lenda viva na posição de líbero, o elenco do Rexona é composto basicamente por jogadoras que ainda buscam se firmar entre as grandes estrelas ou que são boas peças de reposição no cenário internacional. "Nosso time é bom para o padrão brasileiro, temos algumas jogadoras de seleção, mas nenhuma titular efetiva. A Anne é titular na Holanda, mas esses times têm uma legião de estrangeiras. Se treinarem e jogarem a Olimpíada, ganham", avalia o treinador.

Foco na Superliga
De olho não só no Mundial de clubes, mas também na Supercopa brasileira, que disputa nesta sexta (7) contra o Dentil/Praia Clube, o Rexona trabalha forte. O próprio Bernardinho, porém, admite que a meta dos próximos meses é manter a hegemonia de taças no principal torneio brasileiro de clubes.

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"O objetivo da temporada é a Superliga, conquistar o 12º título. Mas nós sabemos que também vai ser difícil. É uma equipe renovada, rejuvenescida, com poucas jogadoras de muita experiência. Acreditamos no sistema, no trabalho, no time funcionando como tal. Aí, teremos chance na Superliga. Se essa química não funcionar, vai ser difícil", explicou o técnico, que aposta no jogo coletivo. "Temos nossas deficiências e precisamos detectar para chegar ao patamar de nossos adversários. Vamos correr atrás. Temos uma jogadora com a história da Fabi, mas não temos uma jogadora que vá resolver. O time vai resolver", afirmou.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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