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Fluminense acaba com hegemonia do Rexona, que acende alerta

Carolina Canossa

29/09/2016 23h48

Flu montou um elenco bem razoável diante de suas possibilidades (Foto: Reprodução/Twitter)

Flu montou um elenco bem razoável diante de suas possibilidades (Foto: Reprodução/Twitter)

Se houve um Estadual de vôlei com resultado previsível nos últimos anos, era o do Rio: maior campeão brasileiro, o Rexona-Sesc faturou todos os 12 títulos cariocas disputou, sempre com tranquilidade. Mas toda hegemonia tem hora pra acabar: na noite desta quinta-feira (29), o time do técnico Bernardinho perdeu a taça para o Fluminense após final emocionante, encerrada em 3 sets a 2, parciais de 25-23, 13-25, 21-25, 25-20 e 16-14.

De volta à elite do vôlei após 25 anos de ausência, o Flu investiu em um elenco bastante razoável, especialmente se considerarmos que não havia um grande orçamento disponível: ex-seleção brasileira, Sassá é o nome mais conhecido da equipe. A ponteira, que andou jogando de líbero em sua passagem pelo Brasília, é acompanhada na posição por Ju Costa, atacante que se destaca pela força. Renatinha, que também já defendeu a camisa amarela da seleção, é a oposta, enquanto Pri Heldes ficou responsável pelos levantamentos. O meio de rede é composto por Letícia Hage e Laura Nobre, enquanto Ju Perdigão é a líbero. Hylmer Dias ocupa o cargo de treinador.

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O surgimento (e consolidação) de mais uma força na cidade que acabou de abrigar a Olimpíada é, sem dúvida alguma, uma excelente notícia para o vôlei brasileiro. Mais do que nunca, o Tricolor das Laranjeiras mostra que tem totais condições de se classificar para os playoffs da próxima Superliga. Quem sabe até mesmo pode derrubar um favorito rumo à semifinal…

Veja o ponto do título:

Pelo lado do Rexona, resignação. "A gente sabia que seria difícil. Temos que parabenizar o Fluminense, que fez um ótimo jogo e acreditou até o final. Eu não gostei da minha performance, o time cometeu muitos erros e falhamos em uma hora decisiva. Elas se aproveitaram disso e nós vamos aprender com o resultado. Fica uma grande lição. Agora é trabalhar duro e focar na Supercopa e no Mundial", afirmou a ponteira Gabi.

O Rexona terá pouco tempo para deixar a zebra para trás, já que na sexta da semana que vem (7 de outubro) encara um Praia Clube mais forte do que nunca (ao menos no papel) pela já citada Supercopa. Entre os dias 18 e 23 será a vez de jogar o Mundial, onde os adversários serão equipes extremamente fortes, como o Eczacibaci (Turquia), o Vakifbank (Turquia), o Volero Zurich (Suíça) e o Casalmaggiore (Itália). Se a torcida já estava receosa para tais confrontos, ganhou uma preocupação ainda maior agora.

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A única grande mudança do Rexona para esses duelos será a holandesa Anne Buijs, contratada para substituir Natália – trata-se de uma boa jogadora, mas não suficiente para levar a equipe nas costas. Será o suficiente para voltar a ser o time que dominou o Brasil nos últimos anos? Só o tempo vai dizer. O que dá para adiantar é que, mal terminou de comemorar o ouro olímpico, Bernardinho já tem outro imenso desafio pela frente.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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