Queda de cabelo, choro e insônia: Dani Lins conta o outro lado da Olimpíada
Holofotes, glamour e badalação. Ser favorito ao pódio olímpico significa muitas coisas boas para o atleta de alto rendimento, mas há um lado pouco lembrado por quem nunca viveu essa situação: como lidar com a expectativa das pessoas? E se algo não der certo?
Poucas pessoas podem responder isso melhor do que Dani Lins. Levantadora da seleção brasileira feminina de vôlei, a jogadora falou sobre todo o stress vivido nas últimas semanas. Depois de uma primeira fase praticamente perfeita, o time nacional acabou eliminado logo nas quartas de final da Rio 2016 em um confronto duro (e precoce) contra a futura campeã China. Na condição de "cérebro" da equipe, a atleta do Vôlei Nestlé viveu essa ascensão e queda intensamente, tendo suas decisões questionadas por parte da torcida após a derrota.
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"Só fui dormir no outro dia à noite, fiquei virada", confessou Dani. A tensão por um bom resultado nos Jogos era tanta que lhe rendeu efeitos físicos: "É um stress emocional muito grande. Meu cabelo estava caindo muito durante a Olimpíada, acho que por nervosismo ou ansiedade".
Como Sidão não pôde ir ao Rio de Janeiro para acompanhar a partida in loco por ter treino no Sesi na manhã seguinte, a solução foi recorrer a um casal de amigos que acompanhou tudo no Maracanãzinho: "Acabou o jogo e eu fiquei meio perdida, pois queria um abraço. Aí lembrei que esses meus amigos, que são como irmãos, estavam lá. Só queria mesmo sair daquele clima todo". A volta para São Paulo, onde mora, aconteceu já no dia seguinte. "Vim direto, abracei o Sidão e chorei mais ainda", contou Dani.
Para espairecer, Dani passou uma semana na Disney ao lado de Sidão, de outra atleta da seleção, Adenízia, e do namorado da central. Nos Estados Unidos, a levantadora conseguiu se desligar do vôlei, mas não totalmente. "Me diverti, mas de vez em quando o Sidão me pegava olhando para o nada, lembrando de algumas coisas. Ele falava: 'Amor, eu sei que é difícil'. Como passou por uma situação assim em Londres e esse ano o corte, acho que não havia ninguém além dele para me dar tanta força", destacou.
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As mensagens de fãs e das companheiras de clube, além do técnico Luizomar de Moura, serviram para Dani se animar novamente. Prestes a iniciar uma nova temporada no clube, ela minimiza até as críticas – após a eliminação, chegou a mencionar os detratores em um post no Instagram, mas já se diz mais fortalecida depois do baque. "As pessoas gostam de ficar falando e às vezes falam até pra te deixar pra baixo, mas foram poucos e gente que eu não conheço. Então, não vou dar muita bola. Falei aquilo como um desabafo, mas primeiro só tenho a agradecer, pois todos que já conviveram comigo me deram algum tipo de apoio", afirmou.
Questionada se vai continuar na seleção, a jogadora brincou ("Não sei se vão me convocar ou não"), mas deu indícios de permanência, apesar do desejo de engravidar durante o ciclo olímpico que começa agora. "Acho que aceitaria uma nova convocação. Mas agora quero descansar de seleção, curtir o Sidão, a cachorrinha que acabei de adotar, meu time… Lá, pra frente, em abril ou maio, eu penso sobre isso", afirmou.
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