Brasil faz seu melhor jogo na Olimpíada para chegar perto do ouro
Os altos e baixos vividos ao longo da Rio 2016 justificavam a desconfiança. Não bastasse isso, do outro lado da quadra estaria um velho carrasco que, na base da potência, poderia se aproveitar de Ricardo Lucarelli e Lipe, ambos em quadra no sacrifício após sofrerem com problemas físicos nas quartas contra a Argentina.
Mas um encanto parecia ter acontecido quando rolou o primeiro saque no Maracanãzinho. O que se viu contra a Rússia foi a melhor partida dos comandados de Bernardinho em toda Olimpíada. O 3 a 0, parciais de 25-21, 25-20 e 25-17, enchendo os donos da casa de moral para a grande final contra a Itália.
Ouro de Alison e Bruno refletiu o equilíbrio no vôlei de praia
O excelente saque demonstrado durante quase toda a Liga Mundial finalmente desembarcou no Rio de Janeiro. Com muita variação, o Brasil quebrou a recepção rival desde o início da partida, facilitando demais o trabalho do sistema defensivo. Lipe e Lucarelli, por sua vez, nem pareciam estar machucados: viraram muitas boas, desafogando Wallace, e ainda deram conta do trabalho ao receber o serviço rival, que pecou pelo excesso de força.
Além do mais, Mikhaylov não é Muserskiy. É verdade que o oposto russo ficou a apenas dois pontos dos feitos por Wallace (16 a 18), mas não por acaso, há quatro anos, foi deslocado para a ponta, dando lugar ao central na saída de rede, naquela inesquecível virada em Londres. Sem o próprio Muserskiy, que não veio ao Brasil por problemas no joelho, o técnico Vladimir
Alekno não teve nenhuma carta na manga dessa vez. Apático e sem ideias, o máximo que ele tentou foram as manjadas inversões 5-1 no fim dos dois primeiros sets e a entrada de Ermakov no lugar de Kliuka na etapa decisiva.
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Agora, porém, será preciso baixar a empolgação porque a Itália é um rival com muito mais qualidade que os russos e está mostrando isso na Olimpíada. A começar, dificilmente vai errar tantos saques na decisão. Também possui um levantador melhor e mais opções de ataque, com o trio Zaytsev, Juantorena e Lanza em grande forma. A única previsão para esta partida é que teremos um jogão entre dois times que passaram os últimos anos com o estigma de falharem nos momentos decisivos.
O fato de os italianos não terem feito o menor esforço para vencer o Canadá, complicando o Brasil na fase classificatória, dará um tempero a mais em um jogo que já seria especial apenas por ser uma das maiores rivalidades do vôlei. Ganhar um ouro com uma vitória justamente sobre a Itália seria o final perfeito para outra história de ressurreição épica.
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