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Saída de Rede

Brasil faz seu melhor jogo na Olimpíada para chegar perto do ouro

Carolina Canossa

20/08/2016 00h46

Brasileiros voltaram a jogar como na Liga Mundial (Fotos: FIVB)

Lipe e Lucarelli tiveram excelentes atuações mesmo após problemas físicos (Fotos: FIVB)

Os altos e baixos vividos ao longo da Rio 2016 justificavam a desconfiança. Não bastasse isso, do outro lado da quadra estaria um velho carrasco que, na base da potência, poderia se aproveitar de Ricardo Lucarelli e Lipe, ambos em quadra no sacrifício após sofrerem com problemas físicos nas quartas contra a Argentina.

Mas um encanto parecia ter acontecido quando rolou o primeiro saque no Maracanãzinho. O que se viu contra a Rússia foi a melhor partida dos comandados de Bernardinho em toda Olimpíada. O 3 a 0, parciais de 25-21, 25-20 e 25-17, enchendo os donos da casa de moral para a grande final contra a Itália.

Ouro de Alison e Bruno refletiu o equilíbrio no vôlei de praia

O excelente saque demonstrado durante quase toda a Liga Mundial finalmente desembarcou no Rio de Janeiro. Com muita variação, o Brasil quebrou a recepção rival desde o início da partida, facilitando demais o trabalho do sistema defensivo. Lipe e Lucarelli, por sua vez, nem pareciam estar machucados: viraram muitas boas, desafogando Wallace, e ainda deram conta do trabalho ao receber o serviço rival, que pecou pelo excesso de força.

Além do mais, Mikhaylov não é Muserskiy. É verdade que o oposto russo ficou a apenas dois pontos dos feitos por Wallace (16 a 18), mas não por acaso, há quatro anos, foi deslocado para a ponta, dando lugar ao central na saída de rede, naquela inesquecível virada em Londres. Sem o próprio Muserskiy, que não veio ao Brasil por problemas no joelho, o técnico Vladimir

Alekno dessa vez não tinha um Muserskiy para mudar o jogo

Alekno dessa vez não tinha um Muserskiy para mudar o jogo

Alekno não teve nenhuma carta na manga dessa vez. Apático e sem ideias, o máximo que ele tentou foram as manjadas inversões 5-1 no fim dos dois primeiros sets e a entrada de Ermakov no lugar de Kliuka na etapa decisiva.

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Agora, porém, será preciso baixar a empolgação porque a Itália é um rival com muito mais qualidade que os russos e está mostrando isso na Olimpíada. A começar, dificilmente vai errar tantos saques na decisão. Também possui um levantador melhor e mais opções de ataque, com o trio Zaytsev, Juantorena e Lanza em grande forma. A única previsão para esta partida é que teremos um jogão entre dois times que passaram os últimos anos com o estigma de falharem nos momentos decisivos.

O fato de os italianos não terem feito o menor esforço para vencer o Canadá, complicando o Brasil na fase classificatória, dará um tempero a mais em um jogo que já seria especial apenas por ser uma das maiores rivalidades do vôlei. Ganhar um ouro com uma vitória justamente sobre a Itália seria o final perfeito para outra história de ressurreição épica.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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