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Nem só de Kim Yeon-Koung vive a Coreia do Sul na Rio 2016

João Batista Junior

12/08/2016 15h00

Principal jogadora sul-coreana, Kim Yeon-Koung (10) tem tido boas coadjuvantes no Rio (fotos: FIVB)

Principal jogadora sul-coreana, Kim Yeon-Koung (10) tem tido boas coadjuvantes no Rio (fotos: FIVB)

Com duas vitórias e uma derrota por 3 a 1 para a Rússia, a Coreia do Sul está numa situação relativamente tranquila para enfrentar o Brasil nesta sexta-feira, às 22h35. Tendo Camarões do outro lado da rede na próxima rodada (no domingo), é quase certo que as asiáticas não só se classificarão para as quartas de final como também passarão entre as três primeiras colocadas do grupo A.

Além de evitar um confronto imediato contra o melhor time do forte grupo B (provavelmente, os EUA), as sul-coreanas talvez até tenham a Holanda pela frente no mata-mata – o que traz boas perspectivas às orientais, já que elas derrotaram as europeias no duelo mais recente, em maio, no Pré-Olímpico de Tóquio.

A boa campanha até aqui nas Olimpíadas reflete o voleibol da craque Kim Yeon-Koung, maior pontuadora do torneio, com 69 anotações, mas não apenas isso. Na Rio 2016, a protagonista sul-coreana tem tido boas coadjuvantes.

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Na estreia diante do Japão, a principal vitória do time até aqui nos Jogos, Kim foi fato foi o destaque da partida, com nada menos que 30 pontos assinalados. No entanto, ela não brilhou sozinha, porque a central Yang Hyo Jin obteve 21 acertos, sendo quatro de bloqueio. A meio de rede, inclusive, tem o melhor aproveitamento de ataque de sua seleção, é a terceira melhor bloqueadora do torneio e a segunda sacadora da Rio 2016.

Outra que desempenhou ótimo papel foi a oposta Kim Heejin contra a Argentina. Em que pese a fragilidade das sul-americanas, há de se observar que a jogadora da saída de rede marcou 17 pontos – 52% de aproveitamento no ataque – apenas, duas anotações a menos do que Kim Y-K.

Já frente às russas, derrota à parte, viu-se um time sul-coreano com grande poder de reação, já que venceu um set em que perdia por 23-19, e com uma defesa muito eficiente, especialmente por parte da líbero Kim Hae Ran, que, pelos números da FIVB, frustrou 26 ações de ataque de Goncharova & Cia.

Não é uma seleção que possa abrir mão do talento de Kim Yeon-Koung., mas a equipe que confronta as comandadas do técnico Zé Roberto, esta noite, não depende apenas do talento dela para fazer bom papel.

Ponto forte
Volume de jogo. Com Kim Yeon-Koung sendo a sexta melhor defensora das Olimpíadas e Kim Hae Ran, décima, pôr a bola no chão do lado sul-coreano é uma missão que tem exigido paciência e persistência das atacantes rivais.

Ponto fraco
A recepção é motivo de dor de cabeça para a comissão técnica asiática. Um dos motivos para isso, por mais surpreendente que pareça, é justamente a craque do time. Para liberar Kim Y-K. para atacar, a linha de passe sul-coreana muitas vezes se estrutura apenas com duas jogadoras, o que acaba expondo a outra ponteira – que pode ser Park Jeongah ou Lee Jaeyeong – e deixando muito território para a líbero Kim Hae Ran tomar conta.

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Qual a chance de ganhar do Brasil?
Em Londres, numa partida emblemática, deu Coreia do Sul 3 a 0. A situação no Rio é bem diferente do instante daquele confronto, pois a seleção brasileira tem uma campanha tranquila e até já está classificada para a próxima fase.

Notadamente, a chance de uma nova vitória da Coreia do Sul passa por uma atuação expressiva de Kim Yeon-Koung no ataque (ela fez 21 pontos naquele dia), mas também por uma defesa que incomode as atacantes do Brasil.

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Fique de olho
Kim Yeon-Koung não joga sozinha, mas é imprescindível. Duas vezes maior pontuadora da Liga dos Campeões da Europa, pelo Fenerbahçe, e eleita melhor jogadora das Olimpíadas de Londres 2012, ela é a grande aposta de uma equipe de jogadoras que têm se esforçado para chegar ao seu nível.

Elenco (em negrito, o provável time titular)
Levantadoras: Lee Hyo Hee (camisa 3) e Yeum Hye Seon (17)
Opostas: Kim Heejin (4) e Hwang Youn Joo (9)
Centrais: Kim Su Ji (11), Yang Hyo Jin (14) e Bae Yoo Na (16)
Ponteiras: Lee Jaeyeong (7), Nam Jie Youn (8), Kim Yeon-Koung (10) e Park Jeongah (13)
Líbero: Kim Hae Ran (22)

Desempenho no ciclo olímpico
Ausente no Mundial da Itália 2014, bem como das edições de 2015 e 2016 do Grand Prix, a Coreia do Sul não tem muito mais do que torneios continentais para contabilizar. Além de terceira colocada em 2013 e vice-campeã no ano passado no campeonato da Ásia, venceu os Jogos Asiáticos de 2014 em casa, em Incheon. No Pré-Olímpico de Tóquio, ficou na quarta posição.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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