Apressar os jogadores pra sacar diminuiu a duração das partidas de vôlei?

Seleções foram orientadas a comemoraram os pontos mais rápido em 2016 (Foto: FIVB)

Em busca de maior espaço na TV, os dirigentes do vôlei há anos testam soluções para tornar o esporte mais atrativo. A última medida ocorreu durante as edições 2016 do Grand Prix e da Liga Mundial: orientar os jogadores a comemorarem menos os pontos conquistados, de forma que o próximo sacador executasse sua função o quanto antes. Mas será que funcionou? As partidas deste ano ficaram mesmo mais curtas? Estão dentro do ideal estabelecido pela FIVB, que é de 1h45?

O Saída de Rede foi conferir. Com base nos relatórios disponibilizados ao término de cada jogo, verificamos a duração das partidas da fase final dos dois torneios para obter uma resposta. Importante destacar que consideramos o tempo total de jogo e não apenas uma soma simples da duração de cada um dos sets. Isso porque a transmissão da TV não para entre uma parcial e outra.

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O resultado é que houve mudanças, mas elas não foram significativas: tanto no feminino quanto no masculino, apenas as partidas encerradas em 3 a 0 ficam dentro do limite de 1h45 – no Grand Prix, o tempo médio de jogo caiu sete minutos em relação ao ano passado, mas isso se deve justamente ao fato de proporcionalmente mais partidas terem terminado em sets diretos (três de 11, contra três de 15 em 2015, onde a fase final do torneio teve outro regulamento).

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Já na Liga Mundial, a queda foi de apenas um minuto em média, mesmo a edição 2016 tendo uma partida a mais encerrada em 3 a 0 em sua fase final. Esse número poderia ser um pouco melhor, visto que na Polônia, onde as partidas decisivas foram realizadas, os organizadores concedem um intervalo maior entre o segundo e o terceiro set a pedido da TV local: são dez minutos, contra os três minutos costumeiros. Cabe então o questionamento: se a ideia é reduzir o tempo de jogo de uma maneira geral, por que acatar solicitações como essa?

Abaixo, você pode ver a comparação entre os tempos dos jogos no GP e Liga Mundial entre 2015 e 2016:

* O GP 2016 teve regulamento diferente da edição 2015 e quatro partidas a menos
** Os cálculos foram arredondados para facilitar a compreensão

Considerando que partidas de quatro e cinco sets dificilmente vão conseguir se enquadrar em 1h45, já que ainda estão muito acima desse limite, é de se esperar que novas mudanças venham por aí. Nos bastidores do vôlei já se fala na possibilidade de limitação das partidas por tempo e não por sets/pontos, como ocorre atualmente. Se isso ocorrer, será a maior mudança executada no vôlei desde o fim da vantagem, em 1999.
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