Brasil estreia no Grand Prix de olho na Rio 2016
Com 12 seleções participantes, oito das quais devidamente classificadas para as Olimpíadas, a primeira divisão do Grand Prix começa nesta quinta-feira, com uma rodada dupla no Rio de Janeiro. Às 14h10, Brasil e Itália entram em quadra e, às 17h15, Sérvia e Japão. As brasileiras encaram as japonesas na sexta-feira, às 14h10, e as sérvias no domingo, 10h05. As partidas serão disputadas na Arena Carioca 1, ginásio que abrigará todo o programa do basquete masculino e as finais do basquete feminino da Rio 2016.
Além do quarteto que disputa o quadrangular no Rio, Alemanha, Bélgica, China, EUA, Holanda, Rússia, Tailândia e Turquia estão no chamado Grupo I.
("Primeira divisão" ou "Grupo I" do Grand Prix, porque a segunda divisão, com Porto Rico, Argentina, Polônia, Rep. Dominicana, Bulgária, Rep. Tcheca, Quênia e Canadá, e a terceira, com Argélia, Cazaquistão, Peru, Croácia, Cuba, Colômbia, Austrália e México, segmentos criados no ano passado, já estão em atividade desde o último fim de semana.)
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O GP, assim como ocorre à Liga Mundial, é um torneio que tem perdido importância. Muito por conta do desgaste na temporada dos clubes, há quem opte pelas férias em vez de rodar o mundo para defender sua seleção. Ou, noutra perspectiva, há comissões técnicas que prefiram utilizar a competição anual da FIVB para dar rodagem a atletas com pouca oportunidade nas competições principais.
Para ficar num exemplo próximo, o Brasil disputou as finais do ano passado, nos EUA, com um plantel que, se tinha Dani Lins, Gabi, Natália, Carol, também contava com a oposta Ivna, as centrais Mara e Mayhara, as ponteiras Ellen e Suelle, jogadoras que nunca disputaram Copa do Mundo, Mundial ou Olimpíada – isso, enquanto Fernanda Garay, Jaqueline e Camila Brait estavam no Pan de Toronto, e Sheilla e Fabiana, de férias.
Outro exemplo: também na edição de 2015, a China disputou a primeira fase com o time titular e as finais com um time B, poupando as principais jogadoras para a Copa do Mundo, que começaria dali a algumas semanas. Em 2012, os EUA fizeram parecido: as titulares tocaram o barco nas semanas classificatórias, as reservas atuaram nas finais – e ainda terminaram campeãs!
Por outro lado, o Grand Prix tem boas recordações para a ornar a parede da memória do voleibol brasileiro. Quem tem 30 anos ou mais deve recordar que uma vitória nas finais do GP contra Cuba foi o consolo da dolorosa derrota nas semifinais de Atlanta, dois meses antes. E não dá para esquecer que foi nas finais do torneio, em 2008, que o time do técnico José Roberto Guimarães mostrou que iria a Pequim para trazer o ouro.
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2016
Para a edição deste ano, o título deve estar longe de ser prioridade para a seleção brasileira. O mais provável é que a comissão técnica aproveite a competição para definir os últimos nomes da equipe olímpica.
Se é tido e havido que Dani Lins, Sheilla, Tandara, Fabiana, Thaísa, Jaqueline, Natália, Gabi, Fernanda Garay e Camila Brait só não estarão nas Olimpíadas se não estiverem bem fisicamente, o torneio deverá servir para definição da segunda levantadora e da terceira central – e, também, para dar ritmo de jogo a Sheilla, que atuou pouquíssimo no VakifBank este ano.
A mesma lógica de observações deve ser obedecida pelas seleções que estarão nos Jogos.
Favoritas a quase tudo o que disputaram nos últimos quatro ou cinco anos – embora confirmar essa condição tenha sido outros quinhentos –, os EUA terão no GP a última oportunidade de observar as jogadoras que devem compor o time olímpico. O único porém é que o torneio, que reserva três finais de semana à fase preliminar e uma semana para as finais, talvez seja insuficiente para que Karch Kiraly defina as 12 atletas para o Rio, tal é a quantidade e a qualidade de bons nomes que ele tem ao dispor. Por exemplo, para a eventual reserva da levantadora Alisha Glass, são candidatas Molly Kreklow, Carli Lloyd e Courtney Thompson, campeã da última Superliga com o Rexona-AdeS.
A Rússia não terá Gamova nem Sokolova. As duas não atuavam pela seleção já há algum tempo, é verdade, mas é a primeira vez que as russas se reúnem sem a expectativa (ou a sombra) das duas craques. O Grand Prix será uma oportunidade para a ponteira Tatiana Kosheleva, que, lesionada, mal entrou em quadra nos últimos três meses, voltar de fato às quadras. E ninguém se surpreenda se Nataliya Gonchavora, pelo que tem jogado na seleção e no Dínamo Moscou, levar o time de Yuri Marichev a interromper a sequência de títulos de Brasil e EUA no GP, que perdura desde 2008.
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Asiáticas
Vice-campeãs mundiais e campeãs da Copa do Mundo, as chinesas disputam o torneio com um time bastante jovem – nenhuma jogadora inscrita tem mais do que 29 anos de idade. Além de Ting Zhu, destaca-se no time de Lang Ping a volta da ponteira Ruoqi Hui, titular em Londres e no último Mundial de 2014, ausente na Copa do Mundo.
Outra seleção asiática também classificada para o Rio, o Japão precisará do Grand Prix para apagar a má impressão que seu voleibol deixou no Pré-Olímpico, há algumas semanas. Mesmo com a conquista do bilhete para o Rio, as japonesas deixaram a sensação de que o destino e a arbitragem foram injustos com as tailandesas.
Europeias
Classificadas para a Rio 2016 desde setembro passado, com a segunda posição na Copa do Mundo, as sérvias não precisaram disputar nem o qualificatório europeu, em janeiro, nem o mundial, em maio. Assim, chegam ao GP num estágio físico e técnico diferente do das desgastadas italianas e holandesas. A relevância disso, além da coincidência continental? As três seleções estão no mesmo grupo das Olimpíadas e devem, sem maiores surpresas ou delongas, disputar duas vagas aos mata-matas na Maracanãzinho – claro, se tudo correr dentro do normal para EUA e China.
A Sérvia compensa o passe ruim com um grande poder ofensivo de Mihajlovic, Boskovic e Milena Rasic, e deve dar trabalho às principais seleções do GP e das Olimpíadas. A menos, é claro, que a seleção, como costuma fazer nas horas em que tudo parece conspirar a favor, decepcione.
Sem Piccinini, que se aposentou da seleção depois de uma fraca atuação no Pré-Olímpico, a Itália tem o retorno da ponteira Carolina Costagrande. Além dela, volta a oposta Valentina Diouf, preterida por Marco Bonitta no qualificatório do Japão.
Já a Holanda, que vem de três importantes segundas posições – no Campeonato Europeu, no Pré-Olímpico Europeu e no Pré-Olímpico Mundial –, foi o time campeão da segunda divisão do Grand Prix passado. Em 2007, numa inusitada semana em Ningbo (China), as holandesas venceram tie breaks contra Brasil, China e Rússia para escreveram seu nome da galeria de campeões do torneio. A diferença do time de 2016 para aquele nove anos atrás é que a equipe de 2007 não chegou às Olimpíadas, o que cerca de expectativa o time de Slöetjes e Anne Bujis, recém-contratada pelo Rexona-AdeS.
As cinco melhores seleções da fase classificatória se juntam à Tailândia para disputar, entre os dias 6 e 10 de julho, as finais do Grand Prix.
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