No Pré-Olímpico Mundial masculino, olho neles!

O Pré-Olímpico Mundial masculino começa na noite desta sexta-feira, pelo horário de Brasília – manhã de sábado em Tóquio –, com uma partida entre Irã e Austrália. O Saída de Rede já analisou as oito seleções participantes e as chances de cada uma chegar aos Jogos do Rio. Agora, ressaltamos sete jogadores que carregam, de alguma forma, a esperança de classificação de suas equipes, e que devem fazer o fã brasileiro do voleibol mudar o horário do sono pelos próximos dias.

Ngapeth é o principal jogador da melhor geração do voleibol francês de todo os tempos (fotos: FIVB)

Earvin N'Gapeth – o melhor do mundo
É provável que pouca gente discorde de que o ponteiro francês Earvin N'Gapeth seja o melhor jogador de vôlei na atualidade. O melhor e o mais controverso.

De julho de 2015 para cá, o ponteiro do DHL Modena já foi premiado como melhor jogador da Liga Mundial, segundo melhor ponteiro do Campeonato Europeu de seleções e melhor jogador das finais da liga italiana. No mesmo período, foi acusado e condenado por agredir um funcionário de uma estação de trem, na França, e, em novembro, foi suspenso pelo clube por envolver-se num acidente automobilístico, na Itália, e não prestar socorro aos feridos.

Quando está disposto a jogar, N'Gapeth é um dos raros atletas que podem ser chamados de "gênios". É um sujeito que pode definir um contra-ataque já no segundo toque na bola ou atacar de costas para enfeitar o ponto do título no Campeonato Europeu. Muito por conta dele, a classificação francesa ao Rio é tida como favas contadas.

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Se estiver bem fisicamente, Gavin Schmitt deve dar trabalho aos rivais dos canadenses no Pré-Olímpico

Gavin Schmitt – oposto em recuperação
Deve ser por causa de Gavin Schmitt que o Canadá esteja no Pré-Olímpico Mundial, disputando ainda um bilhete para o Rio. Não que ele tenha ajudado a classificar o time para o torneio, mas sim, porque sua ausência no Pré-Olímpico da Norceca (América do Norte, Central e Caribe) fez com que a equipe precisasse disputar o certame.

Com uma fratura por estresse na tíbia, que frustrou sua passagem pela Funvic/Taubaté, o atacante pôde, apenas, assistir à surpreendente derrota do Canadá para Cuba, no início do ano, em Edmonton. Mas agora, no Japão, quando uma hipotética classificação canadense terá ares de feito heroico, ele poderá, se já estiver recuperado, comandar o time dentro de quadra.

Thomas Edgar em ação, no dia em que marcou 50 pontos contra o Egito

Thomas Edgar – 50 pontos
O Saída de Rede já falou sobre o oposto da seleção australiana. Na Copa do Mundo do ano passado, na vitória em cinco sets sobre o Egito, Thomas Edgar se tornou o maior pontuador em um jogo de seleções da história, com 50 anotações no placar. Em Londres 2012, num raro momento de brilho do voleibol australiano nas Olimpíadas, ele foi responsável por 26 pontos na vitória por 3-1 sobre a Polônia.

Edgar não é um jogador dos mais técnicos, nem é, necessariamente, conhecido pela consistência. Mas, com seus 2,12m, é a bola de segurança de sua equipe, e pode, num jogo em que receba 74 levantamentos, como foi aquela partida contra os egípcios, colocar bolas no chão o bastante para que tenha uma atuação de destaque no Pré-Olímpico.

Mateusz Mika foi titular do time polonês que conquistou o Mundial em casa

Mateusz Mika – jogador decisivo
Numa seleção polonesa que hoje tem em Bartosz Kurek sua jogada de segurança e que conta com um jogador de temperamento provocativo, como o ponteiro Michal Kubiak, o também ponteiro Mateusz Mika não passa imperceptível. Com 25 anos de idade, ele já tem uma boa história para contar aos netos.

Na final do Campeonato Mundial de 2014, quando o oposto Wlazly, que carregara o time polonês nas costas na semana decisiva, parecia irremediavelmente marcado pelo sistema defensivo brasileiro, eis que Mika apareceu para ser o maior pontuador da partida, com 22 anotações, e virar protagonista do momento mais importante das últimas três décadas do voleibol de seu país. Nele repousa boa parte das expectativas do torcedor polonês de que, não só o time se classifique para o Rio 2016, como também, volte ao pódio olímpico.

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Na fraca campanha do Irã na Copa do Mundo, Mousavi foi o único destaque

Seyed Mousavi – destaque no bloqueio
Na longa preparação da seleção iraniana para o Pré-Olímpico do Japão – o time está reunido desde meados de março –, o central Seyed Mohammad Mousavi foi uma das grandes preocupações de sua comissão técnica. No começo do período de treinamentos, ele sofreu uma lesão nas costas que suscitou, em parte da imprensa especializada, dúvidas sobre ele ter ou não condição de jogar o qualificatório. Mas os questionamentos se dissiparam e Mousavi, de fato, está inscrito para o torneio. Sorte do Irã.

Na péssima campanha iraniana na Copa do Mundo do ano passado, ele foi o único destaque da equipe. Numa jornada que em nada lembrou o quarto lugar na Liga Mundial de um ano antes nem a sexta posição no Mundial da Polônia, a seleção ficou no oitavo lugar, com apenas quatro vitórias em 11 jogos. Contudo, Seyed Mousavi ganhou um lugar no time ideal do campeonato, por ter sido o segundo maior bloqueador da competição.

Kervin Piñerua em ação, contra o Irã, na Copa do Mundo do ano passado

Kervin Piñerua – solitária estrela venezuelana
Nascido em 1991, o oposto Kervin Piñerua é jovem demais para ter participado das raras peripécias do voleibol venezuelano. Ele nem estava no time que, em 2003, conquistou o Pan de Santo Domingo depois de vencer o Brasil nas semifinais, nem era da seleção que, em 2008, levou a bandeira do país pela primeira e, até agora, única vez a um torneio olímpico masculino de vôlei.

Mas, no Mundial de 2014, Piñerua foi o principal pontuador de sua equipe em todos os cinco jogos que a equipe disputou. Na Copa do Mundo, foi novamente o maior anotador do time venezuelano no torneio, assim como também na terceira divisão da Liga Mundial 2015, e como deverá ser, ainda, no Pré-Olímpico de Tóquio: tão previsível quanto a não classificação da Venezuela para a Rio 2016 é que o atacante vai ser o destaque da seleção no qualificatório.

As chances de classificação do Japão para a Rio 2016 passam pelas mãos de Yuki Ishikawa

Yuki Ishikawa – esperança da casa
Faz muito tempo que o Japão deixou de ser frequentador assíduo do torneio olímpico masculino de vôlei. Desde que foi eliminado pelo Brasil, em Barcelona 1992, nas quartas de final, os japoneses só disputaram uma edição, a de Pequim 2008, e voltaram para casa sem nenhuma vitória na conta. Desta vez, além de chance real de classificação para os Jogos, o time tem jogadores bastante promissores no elenco, como o ponta Yuki Ishikawa.

Na segunda divisão da Liga Mundial do ano passado, quando o Japão concorreu com equipes como França, Canadá, Bulgária, Argentina, Ishikawa esteve entre os cinco atacantes mais eficientes, os dez melhores sacadores e os dez melhores passadores. Pode parecer pouco destacar-se numa divisão inferior, mas é o que tem cabido ao voleibol japonês, que conquistou um título em Munique 1972 e, agora, tenta reencontrar o caminho dos Jogos Olímpicos.

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