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Fabíola merece estar na Olimpíada, mas não pode ser levada a qualquer custo

Carolina Canossa

19/05/2016 19h53

Em 2012, Fabíola foi cortada da seleção às vésperas da Olimpíada de Londres (Foto: Divulgação/FIVB)

Em 2012, Fabíola foi cortada da seleção às vésperas da Olimpíada de Londres (Foto: Divulgação/FIVB)

Demorou, mas Annah Vitoria nasceu. Segunda filha da levantadora Fabíola, a nenê veio ao mundo cerca de dez dias depois do inicialmente programado. Tal atraso estava gerando angústia em parte da torcida. Afinal, o tempo é curto para que a jogadora esteja em condições de defender o Brasil na Olimpíada do Rio de Janeiro.

O técnico José Roberto Guimarães já deixou claro: se conseguir se recuperar a tempo, a vaga de segunda levantadora do time nacional é dela. O primeiro obstáculo, ter um parto normal, foi vencido. Caso tivesse que recorrer a uma cesariana, Fabíola não teria tempo de recuperação e estaria fora dos Jogos.

Ao conversar com jornalistas durante o lançamento do novo uniforme da seleção brasileira, em 19 de abril, Zé fez questão de ressaltar o "físico privilegiado" de Fabíola, o que a permitiria transformar a quarentena pós-parto em um período de 30 dias ou até mesmo três semanas antes de voltar aos treinos. "Estamos muito ansiosos para ver o que vai acontecer, pois ela é uma jogadora importante, que atuou fora do Brasil nas duas últimas temporadas e está pronta para disputar os Jogos Olímpicos", declarou, à época.

Tamanha experiência, que ainda inclui passagens por quase todos os principais times brasileiros, é um ponto positivo para a brasiliense de 33 anos. Afinal, Olimpíada é um torneio extremamente difícil, ainda mais quando jogado em casa. Suas possíveis substitutas, Roberta e Naiane, possuem bastante talento, só que são incógnitas: até que ponto aguentariam uma pressão desse tamanho? Pode ser que reajam muito bem, mas é um risco.

Zé Roberto: possibilidade de levantadora inexperiente no Rio não preocupa

Além disso, Fabíola possui entrosamento com todas as atacantes da seleção, já que tem defendido o time nacional com constância desde 2009. Em 2012, seu corte às vésperas da Olimpíada de Londres foi encarado com surpresa por quem gosta de vôlei. A mágoa ficou, ainda mais pelo anúncio ter ocorrido ainda no aeroporto, quando as jogadoras voltavam do Grand Prix. Mas isso já é passado.

Por outro lado, não dá para levar Fabíola a qualquer custo. Por mais que Zé queira compensar uma possível injustiça que tenha cometido há quatro anos, é preciso ter certeza que a atleta esteja bem, o que inclui ter ritmo de jogo – vale lembrar que ela não atua desde 14 de dezembro. Mesmo que a tendência seja o Brasil ter Dani Lins como titular, a conquista de Londres 2012 mostrou que a reserva precisa estar em plenas condições de entrar a qualquer momento. Para quem não se lembra, na ocasião, as brasileiras estiveram muito perto de uma eliminação na primeira fase e só deslancharam quando a própria Dani substituiu Fernandinha.

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Por meio de uma rede social, Fabíola se mostrou animada: "Estou realizando dois sonhos. Um é o de ser mãe novamente, mas sonho profissional que é o olímpico ainda não realizei. E estou em busca dele. Só depende de mim". Que Zé Roberto faça a escolha mais adequada à seleção.
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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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